Luiz Guilherme, Danielle e os três filhos no shopping: passeio ficou cerca de R$ 40 mais caro de um ano para cá| Foto: André Rodrigues/ Gazeta do Povo

Desfrutar de momentos de lazer em família ou com os amigos não tem preço – mas essa máxima não vale para o bolso. O happy hour com os amigos, o cinema com acompanhante ou um simples passeio com a família no shopping pesam cada vez mais na conta.

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Segundo cálculo do Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos (Dieese) do Paraná, feito a pedido da Gazeta do Povo, os gastos com lazer consomem, em média, 12,7% do orçamento dos moradores de Curitiba. No Brasil, o peso médio do lazer é um pouco menor – 12,1%.

Baseada no Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) dos últimos 12 meses, a estimativa do Dieese mostra que 12 dos 16 principais itens de lazer subiram acima da inflação registrada no período em Curitiba, que foi de 6,27%. Além de recreação, também foram considerados os itens referentes à alimentação fora de casa.

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A conta pesou mais para quem não abre mão de viajar. Líder no ranking dos aumentos, o item excursões acumulou alta de 52,75%. No mesmo grupo, passagens aéreas (26,92%) e hotel (12,87%) bateram – e de longe – a inflação. Segundo o economista do Dieese-PR Fabiano Camargo da Silva, as questões sazonais e os feriados foram decisivos para a elevação dos preços. "Temos ainda a concentração do mercado aéreo nas mãos de poucas companhias, o que acaba restringindo o número de promoções", explica.

Mas não é preciso ir longe para sentir o aumento dos gastos com lazer. Parte do grupo das despesas consideradas "não essenciais", a cervejinha com os amigos (alta de 13,55%), o cinema (10%), refeições (8,22%) e lanches (9,21%) fora de casa também subiram acima da inflação.

O aumento do custo do lazer também é bastante perceptível se considerados apenas os dois primeiros meses deste ano. A alimentação fora de casa, por exemplo, subiu 2,54% na soma de janeiro e fevereiro, com itens como refeição (2,65%) e lanche (3,11%) variando mais que o dobro da inflação de Curitiba, que ficou em 1,15% no período. Apenas em fevereiro, o cinema subiu o triplo da inflação.

Novos hábitos

De acordo com o economista do Dieese, o aumento da renda levou a uma mudança no padrão de consumo da população, que passou a gastar mais com produtos e serviços de lazer.

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Uma pesquisa do Instituto Ipsos Marplan sobre os hábitos de lazer e consumo dos curitibanos no período de janeiro a dezembro de 2012 reforça essa percepção. Segundo o levantamento, 64,1% dos moradores da Grande Curitiba gostam de passear e comer no shopping. Além disso, fazem parte dos hábitos de lazer dos moradores da capital e região metropolitana ir a restaurantes (52,9%) e lanchonetes de comida rápida (41,4%); frequentar bares e cervejarias (33,9%); e viajar nos fins de semana (35,7%).

Levar a família ao shopping no fim de semana: R$ 180

Dos lanches com direito a hambúrguer, sorvete e guloseimas aos brinquedos e atividades recreativas, a fonoaudióloga Danielle Tournier Vita Horta sabe de cor os preços dos produtos e serviços de lazer que a família consome nas idas frequentes ao shopping – todos os fins de semana e, no mínimo, uma vez durante a semana. "O lanche das crianças custa R$ 28. Eu gasto R$ 19. Meu esposo, R$ 22. Mais R$ 50 para gastar na área dos brinquedos, e tem o sorvete, a balinha, o estacionamento ...", enumera.

Somando todos os gastos de um passeio completo, cada ida ao shopping no fim de semana com o marido Luiz Guilherme e os filhos Mariana, de oito anos, Enzo, de sete anos, e Júlia, de seis meses, custa, em média, R$ 180. Há mais ou menos um ano, o mesmo passeio ficava cerca de R$ 40 mais barato, estima Danielle. No fim do mês a conta beira os R$ 800, incluindo as saídas semanais ou a pizza em casa.

"O shopping oferece toda uma estrutura de lazer. Nós acostumamos as crianças assim e ainda não conseguimos direcionar os passeios para parques ou outros locais menos custosos", diz Danielle. Segundo os cálculos da família Vita Horta, os desembolsos com as atividades de lazer consomem, em média, 8% do orçamento.

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