"Uma coisa engraçada aconteceu comigo nesta manhã", escreveu em seu blog o pesquisador norte-americano Paul Krugman, referindo-se ao Prêmio Nobel de Ciências Econômicas que foi atribuído a ele nesta segunda-feira (13). A frase foi a única com a qual o economista comentou o acontecimento em seu blog no site do jornal "The New York Times", no qual mantém uma coluna. A afirmação é seguida apenas de um link que remete o internauta à página oficial do prêmio. A Real Academia de Ciências da Suécia anunciou ter anunciado o prêmio a Krugman opor sua análise dos padrões do comércio e a respeito da localização da atividade econômica. O prêmio, de 10 milhões de coroas suecas (US$ 1,4 milhão), vai ser entregue em 10 de dezembro, aniversário da morte de Alfred Nobel. Linha de pesquisa

CARREGANDO :)

Krugman, 55 anos, elaborou teoria que integra pesquisas sobre intercâmbios comerciais e globalização com estudos sobre os processos de urbanização em escala planetária, destacou a Academia do país escandinavo. Nascido em 28 de fevereiro de 1953 em Long Island, no estado de Nova York, Krugman dá aulas atualmente na Universidade de Princeton. Paul Krugman é também conhecido por suas fortes críticas contra a condução econômica do presidente George W. Bush. Em 2007, o Nobel de Ciências Econômicas foi atribuído aos americanos Leonid Hurwicz, Eric Maskin e Roger Myerson por seus trabalhos baseados nos mecanismos de intercâmbios destinados a melhorar o funcionamento dos mercados.

Desde sua primeira edição, em 1967, o prêmio Nobel de Ciências Econômicas - o mais jovem da academia sueca - foi atribuído a 40 americanos de um total de 58 laureados.

Publicidade

"Genial"

Para a economista brasileira Eliana Cardoso, da Fundação Getúlio Vargas (FGV), a indicação de Krugman para o prêmio foi "excelente". No final dos anos 70, Eliana estudou junto com o americano no MIT (Instituto de Tecnologia de Massachussets (MIT, na sigla em inglês), e teve a oportunidade de conviver com o economista. "Ele era um cara genial, de uma inteligência privilegiada", afirma. No entanto, para Eliana, a atual crise dos mercados não teve muito peso na indicação de Krugman. "Acho que não influiu. O trabalho acadêmico dele já é reconhecido há bastante tempo", diz. Segundo Eliana, Krugman criou uma nova área no comércio internacional, a da competição imperfeita, cujo modelo é afetado por fatores como os monopólios. "Muito gratificante"

Paul Krugman afirmou que receber esta distinção "é muito gratificante" e que vai levar alguns dias para que ele possa avaliar seu significado. "O choque foi tão grande que ainda não consegui assimilar. Acho que vai levar alguns dias antes que possa avaliar a notícia", acrescentou. "Acredito muito na continuidade de meu trabalho. Espero que as coisas não mudem muito", declarara mais cedo a um canal de televisão sueco depois de receber a notícia da premiação. Ele também disse esperar que o Nobel não "atrapalhe" muito seu trabalho.

"Isto vai transtornar sem dúvida meus próximos dias. Espero que em duas semanas volte a ser a mesma pessoa de antes. Sou um grande convicto da continuidade do trabalho. Espero que isto não mude muito as coisas", disse.

Veja também
  • Americano Paul Krugman ganha o Nobel de Economia
  • Martti Ahtisaari, ex-presidente da Finlândia, ganha o Nobel da Paz
  • Francês Le Clézio leva Nobel de literatura
Publicidade