Uma cabine de prova virtual permite visualizar uma roupa no próprio corpo e enviar a imagem a amigos, para obter uma opinião... ao lado disso, a possibilidade de visitar o interior de uma loja, através de tablets, abre as portas das novas tecnologias às compras de amanhã.
No Mapic, salão mundial do mobiliário comercial, aberto até esta sexta-feira (18) em Cannes, sul da França, uma "loja futurista" mostra que tablets, smartphones com 3D, redes sociais e ainda telas acionadas por gestos com a tecnologia Kinnect, da Microsoft, podem modificar a forma de se fazer compras.
O protótipo foi desenvolvido pelo Polo de Competitividade das Indústrias do Comércio de Lille (Picom, norte da França), com várias empresas, entre elas o ID Group, que detém várias marcas de roupas infantis e brinquedos.
No exterior, a passagem do cliente por um "muro de imagens dinâmicas" faz girarem cubos com representações de crianças vestindo roupas diferentes. Pode-se, também, ver os curiosos ao lado desfilarem inúmeras roupas. Tablets convidam a uma visita virtual à loja.
No interior, uma criança pode percorrer um catálogo de brinquedos de forma virtual, visualizando o que lhe interessa, em 3D; já os pais podem configurar o aparelho para selecionar, apenas, os destinados à faixa etária do filho, e com um determinado preço.
A cabine de prova virtual, ou "espelho mágico", capta a imagem do cliente e o veste, por exemplo, com vários modelos em plástico, que irão transmitir as indicações de suas medidas.
Reconhecimento biométrico
Na tela, a criança pode manipular revólveres de brinquedo, uma fantasia de caubói ou o escudo de um cavaleiro. A imagem pode ser enviada pelo Facebook, para que a família expresse sua opinião.
Em outra tela gigante, a mão e o smartphone permitem percorrer uma gama de mobiliário de quarto de criança em 3D. Um vendedor equipado com um tablet pode ajudar o cliente a recriar virtualmente a peça da casa em questão, para fazer a melhor escolha.
Se uma tela gigante do mesmo tipo for colocada no exterior da loja, o consumidor pode localizar o que pretende, e até fazer compras fora do horário de funcionamento, explica Bruno Dubois, chefe do projeto no Picom.
Com um smartphone munido da tecnologia NFC, o cliente pode ainda passar um dispositivo eletrônico na etiqueta de um objeto e ter acesso às informações sobre um artigo: composição, situação ecológica, opinião de consumidores, eventual incompatibilidade com alergias...
O reconhecimento biométrico, com o simples uso de um dos dedos, assegura à loja que é o titular que está pagando a conta.
A questão é saber se os estabelecimentos que se dispõem a adotar essas tecnologias irão fazê-lo numa única loja, ou em todas as outras. "Se você não colocar em prática as inovações de amanhã, arrisca-se a perder clientes", prevê Philippe Lehartel, membro do Coletivo de Criação de Valor, que reúne três empresas de consultoria que irão publicar um livro sobre as 100 inovações principais que devem ser adotadas pelo comércio mundial.
Lehartel cita, principalmente, o exemplo da Tesco, na Coreia do Sul, que aumentou sua cifra de negócios sem abrir novas lojas, mas transformando as paredes do metrô em um "painel de compras", imitando as gôndolas dos supermercados, enquanto os passageiros podem, durante o tempo de espera, fazer compras que serão entregues em sua casa... com smartphones.
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