Desde junho, quando as empresas do estado começaram a cortar profissionais com ensino superior, a economia paranaense fechou 3,1 mil vagas desse tipo. Em outubro, houve 828 mais demissões que contratações de trabalhadores com esse grau de instrução.
O setor que mais demitiu empregados com diploma universitário no mês passado foi o de serviços, com 410 postos fechados no estado. Nos últimos cinco meses, no entanto, o maior número de cortes ocorreu na indústria (-1,4 mil).
No acumulado de janeiro a outubro, o saldo do emprego de nível superior ainda é positivo no Paraná, em razão das contratações realizadas entre janeiro e junho.
Mas dois setores já contabilizam mais demissões que contratações nos dez primeiros meses de 2015: a indústria, com saldo negativo de 883 vagas, e a construção civil, com 250 dispensas.
O fechamento de vagas voltadas a pessoas com escolaridade mais alta é um dos principais sintomas da deterioração do mercado de trabalho. Isso porque o natural é que primeiro sejam demitidas as pessoas menos escolarizadas, e que gradualmente os cortes comecem a afetar os trabalhadores com mais tempo de escola.
Quando as dispensas começam a atingir quem tem diploma universitário, que em boa parte dos casos é um profissional mais produtivo, é porque a situação é mesmo grave.
Entre 2013 e 2014, quando a economia brasileira começou a perder força, a maioria das empresas evitou demitir profissionais graduados, pois temiam dificuldades para recontratá-los em caso de recuperação da atividade. Como a possibilidade de reação sumiu do horizonte de curto prazo, esse medo também desapareceu.