Com preços em alta há sete meses, o etanol já não é mais tão vantajoso para os curitibanos que têm carro flex. O combustível, que até o fim do ano passado era vendido por menos de 70% do preço da gasolina, sendo assim a opção mais barata, agora está "empatando" com o derivado de petróleo e, em alguns postos, já está perdendo. Com a entressafra da cana-de-açúcar, que vai até o fim de março, a tendência é que o combustível vegetal perca qualquer vantagem nas próximas semanas.
Segundo levantamento informal feito ontem pela Gazeta do Povo, o álcool é vendido por R$ 1,79 o litro, em média, na capital paranaense, preço que equivale a 70% do custo médio da gasolina (R$ 2,54 por litro). Essa relação vem subindo desde julho, quando estava em 55%, e chegou a 68% no mês passado, segundo dados da Agência Nacional do Petróleo (ANP). Como o etanol tem rendimento menor, estima-se que, quando a proporção passa de 70%, a gasolina passa a ser a alternativa mais econômica.
Depende do posto
Embora na média curitibana ainda haja um "empate" entre etanol e gasolina, o motorista precisa ficar atento e de calculadora na mão. A Gazeta consultou 33 estabelecimentos, de 27 bairros, e encontrou taxas entre 67% e 73%. Em 17 locais, o álcool ainda leva ligeira vantagem, mas em 15 já compensa abastecer com gasolina. Em apenas um dos postos consultados os dois combustíveis estão efetivamente empatados. Os preços do etanol variam quase 20% no estabelecimento mais barato, ele sai por R$ 1,60 o litro e, nos mais caros, por R$ 1,90. O litro da gasolina oscila entre R$ 2,38 e R$ 2,60, com variação de 9%.
Usinas
Os reajustes nos postos, observados em todo o país, refletem o encarecimento do álcool na indústria. O preço cobrado pelas usinas vem aumentando, com breves interrupções, desde meados de junho. Conforme pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea/USP), o valor do álcool hidratado subiu 50% nos últimos seis meses nas destilarias de São Paulo, estado que responde por mais da metade da produção nacional. No mesmo intervalo, o combustível vendido nos postos de Curitiba ficou 44% mais caro.
Tradicionalmente, os preços na indústria se mantêm em alta pelo menos até fevereiro, época em que o governo federal costuma intervir para elevar a oferta do produto. No ano passado, por exemplo, o governo determinou uma queda na mistura de álcool à gasolina, que ficou em 20% de fevereiro a abril normalmente a proporção é de 25%.
SERVIÇO
Para saber qual combustível é mais vantajoso, divida o preço do álcool pela gasolina e multiplique por 100. Se o resultado superar 70, compensa abastecer com gasolina. Abaixo disso, o etanol é a opção mais barata.