Ministros de todas as partes do mundo reúnem-se em um resort na Suíça nesta semana para os debates mais importantes sobre como salvar as negociações sobre o comércio global interrompidas no último ano.

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O tempo está terminando para se chegar a um acordo na Organização Mundial de Comércio (OMC) que pode incentivar as economias. Os contatos em Davos vão indicar se o impasse pode ser rompido ou se será arrastado por anos, dizem negociadores.

``Davos será importante como indicador do clima'', disse uma autoridade da União Européia. ``Provavelmente não entrará em modo de negociação ministerial completa. O importante será o sinal político, a força disso para facilitar a retomada das negociações.''

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A esperança de acordo sofreu um golpe em julho, quando a OMC suspendeu a Rodada de Doha para negociações sobre diminuição de barreiras comerciais no mundo, principalmente por causa de discordâncias sobre produtos agrícolas.

Lançada em 2001, depois dos ataques nos EUA, com o objetivo de aliviar a pobreza no mundo e ajudar no crescimento econômico, a rodada sofreu diversos retrocessos. Se não houver avanço nas próximas semanas, poderá ter que esperar anos.

O presidente dos EUA, George W. Bush, deverá perder seu poder de ``fast-track'' (para tomar decisões rápidas) em acordos comerciais em junho e a eleição presidencial de 2008 vai dominar em breve a política norte-americana.

Especialistas dizem que um fracasso da Rodada de Doha vai limitar o crescimento do comércio e dos investimentos e afetar a credibilidade do sistema multilateral projetado para dar mais poder aos países pobres nas negociações com potências industriais.

EUA, Europa e Brasil

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Cerca de 30 ministros de comércio vão se reunir paralelamente ao Fórum Econômico Mundial, em Davos, a partir de quarta-feira, culminando em um grande encontro sobre comércio no sábado.

Os chefes dos setores comerciais da Europa e dos EUA terão funções essenciais. No ano passado, eles foram apontados como culpados pelo fracasso em julho. Mas agora falam em um novo momento, depois que Bush afirmou estar comprometido em fazer um acordo, o que incentivou os debates técnicos para diminuir as diferenças transatlânticas sobre comércio agrícola.

Bruxelas e Washington esperam que países em desenvolvimento, liderados por Brasil e Índia, mostrem sinais em Davos de que podem ir além e cortar tarifas de importação de bens industriais, como carros e produtos químicos, e dar mais acesso aos fornecedores de serviços estrangeiros, como bancos e operadores de portos.

Mas os países em desenvolvimento não deram até agora mais concessões ao mundo rico.

Negociadores dizem que há pouca chance de o acordo ser completado até 30 de junho, quando terminam os poderes de ''fast-track'' de Bush. Mas esperam que o Congresso liderado por democratas deixe de lado a política partidária e conceda mais tempo ao presidente, se houver um esboço de acordo sobre a mesa.

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