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Em dez anos, Brasil pode ser a 5ª maior economia do mundo, diz Lula

O presidente Luiz Inácio Lula da Silva disse nesta quarta-feira (15), em reunião com executivos da General Motors (GM) do Brasil, que se o país mantiver seu ritmo de crescimento chegará em 10 anos ao posto de quinta maior economia do mundo.

"Se a gente continuar nesse ritmo eu não tenho dúvidas de que nos próximos 10 anos nós seremos a quinta economia do mundo", disse o presidente. Areunião de Lula com a GM foi fechada para a imprensa, mas o discurso do presidente foi disponibilizado no site da Presidência da República.

Lula ponderou que o Brasil ainda não superou totalmente a crise. "Não vamos, também, ser conformistas e achar que está tudo resolvido. A questão do crédito ainda tem tendências sérias, o spread ainda está alto."

Bancos públicos

Lula também ressaltou o papel dos bancos públicos brasileiros como instrumento de fomento do crédito nos momentos mais agudos da crise, quando o crédito nas entidades internacionais secou. "Fica provado que banco público não é ruim como alguns diziam nos últimos anos. Ficou provado que um banco público bem gerenciado é uma obra-prima na hora em que falta dinheiro no mercado", disse.

Para o presidente, o fato de o Brasil ter bancos públicos sólidos, como o BNDES, a Caixa Econômica Federal e o Banco do Brasil, foi uma vantagem comparativa do País durante a crise, somado ainda à situação saudável dos bancos privados nacionais, que não estavam envolvidos com o crédito de risco "subprime".

Lula disse que, em conversa que teve com o presidente dos Estados Unidos, Barack Obama, disse a ele que o problema dos EUA é que o país não tinha um sistema financeiro sólido "com alguns bancos públicos importantes". Para Lula, a crise no fim do ano passado foi gerada em parte por certo temor na sociedade. Segundo ele, a falta de crédito no mercado foi tão grave que até a Petrobras teve de recorrer a bancos públicos para ter crédito, disputando espaço com pequenas e médias empresas que têm preferência nessas instituições.

Multinacionais

No discurso a executivos da GM do Brasil, o presidente Lula disse que "é incomensurável o orgulho de ser brasileiro no momento em que a gente percebe que as nossas empresas no Brasil estão melhores do que suas matrizes nos países desenvolvidos". A GM brasileira anunciou nesta quarta-feira investimentos de R$ 2 bilhões na fábrica de Gravataí (RS). A matriz norte-americana, por sua vez, concluiu recentemente um complexo programa de reestruturação.

Lula afirmou que tanto Obama quanto o presidente francês, Nicolas Sarkozy, em conversas com ele, ficaram "boquiabertos" com os resultados da indústria automotiva brasileira. Lula citou dados do setor e disse que a expectativa de vendas de automóveis no mercado doméstico este ano é de aproximadamente 2,7 milhões de unidades, o que representa um crescimento de 4,2% em relação ao ano passado.

"Quando a empresa anuncia uma crise, manda trabalhador embora e, três meses depois, a empresa começa a chamar horas extras, significa que ela está acreditando no futuro e está percebendo que ela foi precipitada no mês de dezembro", afirmou, arrancando risadas da plateia, formada principalmente por executivos da montadora.

Lula também fez brincadeiras ao afirmar que o carro continua sendo "depois da mulher, ou depois do homem, a paixão do ser humano". Ao recordar das medidas tomadas pelo governo para estimular a venda de automóveis, como a redução do IPI, ele lembrou que o governo também desonerou produtos eletrodomésticos da linha branca, como a máquina de lavar.

"A máquina de lavar cresceu as vendas 30%. Por que cresceu? Porque a máquina de lavar é um dos itens da independência da mulher, e é um dos jeitos que se tem de fazer os homens também lavarem roupa. É pegar a roupa dele e jogar", afirmou o presidente, arrancando mais gargalhadas dos empresários.

Lula também fez um apelo para que as empresas apostem em mercados como o do continente africano. Ele lembra que os EUA não deverão voltar a consumir como antes. "O dado concreto é que ouvi do presidente Obama que os Estados Unidos não vão voltar a ser os consumidores que eram antes. Não vão e não podem porque o povo está muito endividado".

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