Ajustes de início de mês levaram o dólar a fechar em alta pela primeira vez em uma semana. A moeda americana encerrou a quarta-feira em alta de 0,59%, valendo R$ 2,226 na compra e R$ 2,228 na venda. Por volta das 17 horas a Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) recuava 0,74%, aos 37.099 pontos.
A alta da cotação foi considerada pontual, uma vez que não há nenhum sinal no horizonte de que a moeda americana irá se valorizar frente ao real. O Banco Central comprou dólares nos mercados à vista e futuro, mas pouco influenciou na alta final da cotação.
- O resultado da balança comercial e do fluxo cambial em janeiro são a prova de que a tendência do dólar é para baixo. E quando o Banco Central parar com as compras, a cotação vai desmoronar - disse João Medeiros, diretor da corretora Pioneer, uma das maiores de São Paulo.
Medeiros se referia ao superávit de US$ 2,8 bilhões da balança comercial de janeiro. O valor é cerca de US$ 600 milhões superior ao do mesmo mês de 2005. O bom desempenho das exportações foi fundamental para manter positivo o fluxo de recursos externos no país. O ingresso líquido em janeiro foi de US$ 1,9 bilhão.
O Banco Central vendeu todos os contratos de swap reverso ofertados aos bancos, equivalentes a US$ 211 milhões. A operação corresponde, na prática, a uma compra de dólares pelo BC no mercado futuro. A instituição também comprou dólares no mercado à vista, pagando R$ 2,2235.
Um dos destaques do dia foi a estréia da roda de dólar "pronto" (à vista) na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F). A expectativa da bolsa e do governo é que a transparência do sistema de negociação em pregão gere um mercado de grande liquidez.
As projeções dos juros negociadas na BM&F fecharam com leve baixa nos vencimentos mais curtos e alta nos mais longos. De acordo com operadores, o dia foi tranqüilo e marcado por ajustes de início de mês. O único destaque do dia ficou por conta do Índice de Preços ao Consumidor Semanal (IPC-S), calculado pela Fundação Getúlio Vargas (FGV). O indicador mostrou teve alta de 0,65% da inflação em janeiro, contra 0,46% em dezembro.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 16,03% ao ano, contra 16,05% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2007 ficou estável, a 15,90% anuais. Já a taxa de abril de 2007 subiu de 15,73% para 15,74% anuais. A taxa Selic é hoje de 17,25% ao ano e a estimativa do mercado é que ela chegue ao final do ano em 15% anuais.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast