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Em dia de aumento de IOF, dólar cai à mínima em 3 semanas

O dólar fechou na mínima em mais de três semanas frente ao real nesta terça-feira, mesmo após o governo anunciar o aumento no IOF sobre captações externas, visando coibir a recente valorização do real.

Segundo profissionais do mercado, o fato de a incerteza das últimas semanas ter se dissipado momentaneamente abriu espaço para a venda da moeda norte-americana, em meio à avaliação de que a medida não foi impactou tanto quanto se temia.

A cotação recuou 0,48 por cento, a 1,654 real na venda. É a menor cotação desde 4 de março, quando a divisa terminou a 1,645 real.

"Não chega a ser uma grande surpresa, até porque já era algo que vinha sendo especulado nas últimas semanas por conta dos fluxos que vinham subindo bastante este ano, seja via empréstimos, seja via colocação de títulos no exterior", disse Silvio Campos Neto, economista da Tendências Consultoria.

Decreto publicado no Diário Oficial da União nesta terça-feira impôs uma taxação de 6 por cento de Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) nos empréstimos externos com prazo de até 360 dias .

A taxação ataca uma das principais fontes de entrada de dólares em 2011. De acordo com o ministro da Fazenda, Guido Mantega, entraram 26,6 bilhões de dólares em captações neste ano até a última sexta-feira.

Comentando a decisão, Mantega disse que o objetivo da medida é diminuir o ingresso de dólares no país, de atenuar o endividamento externo e de ajudar no combate à inflação, sem um caráter arrecadatório.

Na opinião do BofA Merrill Lynch, "o mercado esperava algo mais severo" e, por isso, será difícil pensar de que forma a nova medida teria um forte impacto sobre o real.

Para Jason Vieira, analista internacional da Corretora Cruzeiro do Sul, "não parece uma medida que possa ter um grande efeito... até porque ainda fica vantajoso captar no exterior".

"Esse aumento do IOF não vai estimular investidores a captarem por aqui", concordou João Medeiros, diretor de câmbio da Pioneer Corretora. "Os juros lá fora estão baixíssimos e com a estabilidade da nossa economia e os juros estratosféricos que temos ninguém vai querer perder a oportunidade de ganhar alto aqui", afirmou.

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