Depois de um dia de fortes oscilações nos mercados de todo o mundo por causa da insegurança em relação ao plano de socorro aos bancos americanos, a Bolsa de Valores de São Paulo fechou em baixa de 3,78% aos 49.593 pontos.O dólar comercial registrou alta de 2,12%, cotado a R$ 1,831, com os investidores buscando proteção contra riscos.
Os principais índices da bolsa de Nova York também terminara o dia em queda, depois de operarem em alta algumas vezes durante o pregão. O índice Dow Jones perdeu 1,47%; o Nasdaq caiu 1,18% e o S&P500 registrava baixa de 1,56%.
O receio de que as medidas do governo americano não sejam suficientes para amainar o quadro recessivo nos Estados Unidos influenciou na negociação do preço das commodities, que passaram a operar em baixa nos mercados internacionais.
Os pronunciamentos de Henry Paulson, do Tesouro americano, e Ben Bernanke, presidente do Fed, o banco central americano, que pediram pressa do Congresso dos Estados Unidos para aprovar o pacote, trouxeram um pouco de otimismo, mas a insegurança sobre a disputa política entre democratas e republicanos no Congresso pela aprovação das medidas ainda gera insegurança no mercado internacional.
Os papéis das empresas brasileiras ligados ao setor de commodities sentiram o mau-humor externo e intensificaram a desvalorização no dia. Os papéis de Petrobras PN caíram 4,73% negociados a R$ 33,25 e de Vale PNA recuaram 5,44%, a R$ 33,52.
O mercado doméstico seguiu a tendência mundial de cautela, agravado pela queda das commodities, especialmente as metálicas e o petróleo, que terminou cotado em Londres a US$ 103,32 o barril (queda de 1,97%) e e, Nova York, a US$ 106,76, em baixa de 2,39%.
- Como as principais ações do Ibovespa são fortemente posicionadas em commodities, isso interfere nos preços- comentou Daniela Marques, gestora de renda variável da Mercatto Gestão de Recursos.
Mais cedo, notícias de que a compra da participação no Lehman Brothers por um banco asiático deve se estender às operações do banco americano no Oriente Médio e a Europa, animaram os negócios em Nova York e as bolsas operaram em alta na maior parte do dia. A queda do petróleo também está ajudou a manter a alta do mercado americano pela manhã.
O Congresso americano só deve decidir na sexta-feira se aprova ou não as medidas anti-crise propostas pelo Tesouro dos Estados Unidos. Enquanto isso, a indecisão dos investidores deve pressionar a queda nas principais bolsas do mundo. Na europa o dia foi de queda. O índice FTSE da bolsa de Londres fechou a terça-feira em baixa de 1,81% e o CAC 40, da bolsa de Paris, recuou 1,65%.Na bolsa de Frankfurt, o índice Dax encerrou o dia em desvalorização de 0,62%.
A grande apreensão dos mercados ainda é a falta de informações detalhadas sobre como será aplicado o plano de socorro.
- A questão é que as medidas estão claramente elaboradas para resolver o problema da liquidez das empresas financeiras, mas ainda não aponta nenhuma medida efetiva contra o contágio desta crise de crédito de alto risco na economia real americana - acrescentou Daniela Marques, da Mercatto.
Assista abaixo a análise do economista Álvaro Bandeira sobre as exigências do Congresso americano para aprovar o pacote proposto pelo governo e os reflexos nos mercados.
Zona do Euro
Na chamada Zona do Euro, os índices de desempego têm apresentado alta, acirrando o receio de desaquecimento na economia. No dia, as ações de bancos apresentaram fortes quedas nas principais bolsas européias. Apesar das projeções apontarem freio no crescimento dos países desenvolvidos, análises apontam perspectiva de crescimento mundial em torno de 3%.
- Não identifico a permanência deste ambiente recessivo no médio prazo. No ano ainda deve haver um ligeiro crescimento dos países desenvolvidos. Os países emergentes devem continuar a manter o ritmo de avanço, equilibrando os índices de crescimento mundial - avaliou a gestora da Mercatto.
As bolsas européias chegaram a ensaiar uma elevação, à medida que Nova York despontava em alta. Mas no fim dos negócios, prevaleceu a insegurança sobre a saúde financeira das instituições locais. As ações das principais empresas financeiras da Europa não reagiram à medida de impedir as operações de venda a descoberto e continuaram a operar em baixa.
As principais bolsas da Ásia fecharam em baixa nesta terça-feira. A Bolsa de Tóquio não operou por ser feriado no país. A Bolsa de Hong Kong fechou em baixa de 3,67%, enquanto a de Xangai registrou queda de 1,56%. A Bolsa de Cingapura apresentou baixa de 2,32%. As exceções foram as bolsas de Seul, que teve alta de 1,44%, e a de Taiwan, que fechou com um avanço de 1,17%.
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