Las Vegas pode ter perdido para a chinesa Macau o posto de capital mundial da jogatina, mas continua firme como o centro global da badalação eletrônica. Todos os anos ocorre lá a Consumer Electronics Show (CES), maior feira mundial de produtos eletrônicos. Todos os grandes fabricantes estão lá, mostrando o que têm de mais reluzente e promissor. Fazem grandes promessas, de olho em uma fatia maior de um mercado, pela primeira vez este ano, deve ultrapassar US$ 1 trilhão.
A previsão trilionária é de Steve Koenig, diretor de análise da indústria da Consumer Electronics Association (CEA), entidade que agrupa os fabricantes e é a organizadora da festa de Vegas. "Esse número está realmente ao alcance", diz ele. Para chegar lá, as empresas apostam em smartphones, tablets, leitores de livros eletrônicos e televisões de tela plana LCD em especial nos modelos novos, maiores e dotados de funções diferenciadas como a exibição em 3D e acesso à internet. O tipo de equipamento que foi mostrado nos corredores do Centro de Convenções de Las Vegas, por onde passaram 125 mil visitantes de todo o mundo e 2.700 expositores.
A CEA espera que as vendas de equipamentos cresçam 23% na Europa ocidental neste ano, 15% na América do Norte e China e 10% na América do Sul. Essa estatística inclui, portanto, empresas brasileiras. Como a Positivo Informática, que aproveitou o lançamento da segunda geração de processadores Intel Core, feita pela própria Intel durante a CES, para divulgar o lançamento de uma nova linha de computadores, já equipados com o chip. São três modelos de desktops e um de notebook, com preços entre R$ 2.900 e R$ 3.400. De acordo com o fabricante, os novos processadores garantem mais velocidade, melhor performance de vídeo e menor consumo de energia.
Inteligentes
As vendas de produtos eletrônicos aumentaram 13% em 2010, a US$ 873 bilhões de dólares, após uma queda de 9% em 2009 devido à recessão. O economista-chefe da CEA, Shawn Dubravac, disse que os smartphones e os tablets, como o popular iPad, da Apple, serão os produtos mais vendidos em 2011. "O telefone padrão é um mercado em declínio", disse Dubravac. "Todo o crescimento que se vê está nos telefones inteligentes."
Nessa área, houve lançamentos relevantes. Um deles foi o Motorola Atrix 4G, que recebeu boas críticas da imprensa global. O aparelho tem processadr dual core de 1 gigahertz e memória RAM de 1 gigabyte. Com o uso de acessórios, como um dock e um monitor (ou aparelho de tevê), ele pode se transformar num computador "de verdade" desktop ou notebook. Além disso, ele tem conexão com a rede LTE, também conhecida como 4G. É o próximo padrão de telefonia, substituto do 3G, em uso em algumas poucas regiões do mundo. Outro lançamento foii o Optimus Black, apresentado pela LG como o smartphone mais fino do mundo, com 9,2 milímetros de espessura.
Sem óculos
Outro segmento que deve puxar o crescimento de vendas é o dos aparelhos de tevê. Sony, Panasonic, LG e outras empresas apostaram em telas grande e na exibição de conteúdo 3D, mas isso não é tudo. A Toshiba apresentou seus primeiros modelos comerciais 3D que dispensam o uso de óculos especiais. No Japão, modelos de 12 e 20 polegadas acabam de chegar às lojas, mas a empresa promete colocar em lojas de todo o mundo aparelhos de 40 e 50, ainda sem data definida (e sem preço também).