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Dano ficará evidente em setembro, quando as plantas vão perder as folhas queimadas e os ramos vão secar até a lesão | Divulgação / Roberval Simões Rodrigues / Cocari
Dano ficará evidente em setembro, quando as plantas vão perder as folhas queimadas e os ramos vão secar até a lesão| Foto: Divulgação / Roberval Simões Rodrigues / Cocari

A geada negra que devastou as lavouras de café em Mandaguari, no Noroeste do Paraná, deve gerar prejuízos de pelo menos R$ 18,2 milhões para a safra de 2014. O cálculo estimado é da Cooperativa Agropecuária e Industrial de Mandaguari (Cocari). Na madrugada de quinta-feira (25), os termômetros chegaram a marcar 6 graus negativos no município, que é o principal polo cafeeiro da região.

Os prejuízos, no entanto, podem ser maiores. O dano total ficará evidente em setembro, quando as plantas vão perder as folhas queimadas e os ramos vão secar até o ponto da lesão. "Os danos, no primeiro momento, são grandes, pelo menos na questão visual. O aspecto verde se tornou achocolatado. Ficou feio", analisou engenheiro agrônomo da Cocari, Roberval Simões Rodrigues. "Em alguns casos, os danos chegam a 100%."

A previsão para o ano que vem era comercializar 350 mil sacas de café a uma média de R$ 260. Como 20% da produção foi afetada, o déficit será de 70 mil sacas – daí os R$ 18,2 milhões em prejuízos. Só o produtor de café Edson Lopes, por exemplo, teve 50% da produção comprometida. "É cedo para falar, mas metade da minha produção foi atingida. É um valor em torno de pelo menos R$ 100 mil perdidos, porque tenho várias propriedades", calculou.

Os prejuízos vão além da produção. Lopes destacou que todo o investimento feito no início do ano também foi perdido. "Fizemos investimento de adubo, fertilizante, fungicida na lavoura, então tudo isso foi perdido. Não foi só na produção, teve também todo esse investimento jogado fora", lembrou. Na produção de Lopes, pelo menos as mudas ficaram a salvas. "Tentamos prevenir as mudas de seis meses enterrando-as. Essas se salvaram. Semana que vem temos que tirar da terra." Danos na região

A geada também atingiu as produções de hortaliças, na região de Maringá, e trigo, na região de Umuarama. O milho, responsável pelo grande volume de exportação em Maringá, não foi afetado pela geada. Isso porque o grão já estava em estágio final de maturação, ou seja, mais seco e com menos possibilidades de ser atingido. "Na geada, acontece a ruptura de tecido devido a quantidade de água na planta. O milho seco em um congelador, por exemplo, não terá diferença", explicou o técnico Alain Zola do Instituto Paranaense de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater). No mês de maio, o milho rendeu US$ 205 milhões em exportações para Maringá.

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