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Wilson Picler, presidente do Grupo Uninter, nos estúdios de gravação de Educação à Distância | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Wilson Picler, presidente do Grupo Uninter, nos estúdios de gravação de Educação à Distância| Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo

Em meio a um cenário de redução no número de alunos na educação superior privada, o ensino a distância (EaD) tem se mostrado como uma alternativa para impulsionar o desenvolvimento do segmento. Nos últimos anos o número de matrículas no EaD apresentou um crescimento maior, em comparação com os cursos presenciais – de 2004 a 2014 a participação da modalidade no setor foi de 0,8% a 20,5%. Os números são de um estudo divulgado recentemente pela Hoper Educação. De acordo com a pesquisa a previsão é que este aumento continue nos próximos anos, com uma projeção que indica um salto de 1,2 milhão para 1,96 milhão de matrículas no EaD, em comparação com uma queda de 4,6 milhões para 4 milhões na modalidade presencial, até 2018.

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Entre os motivos apresentados para este crescimento estão a redução da renda provocada pela crise econômica, aliada à uma diminuição na oferta do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies). De acordo com o pró-reitor da Universidade Positivo, Carlos Longo, se antes só procurava o EaD quem não podia se locomover até uma instituição de ensino, hoje a busca por esta alternativa é motivada também pelo custo do investimento. “Com a retração do Fies o mercado retorna ao seu estado normal, com uma tendência de aumento na procura pelo ensino a distância,” explica Longo.

O aumento na demanda do mercado provoca uma tendência de avanço natural no valor das matrículas no EaD, que ainda assim se mantém como uma alternativa para quem busca economizar nos estudos. Para o diretor de ensino a distância do Grupo Opet, Pedro Andrioli, o perfil dos alunos que procuram a modalidade de educação online também mudou. “Aos poucos este formato de ensino foi vencendo o preconceito e os motivos para adesão ao modelo deixaram de ser apenas a localização e o preço,” comenta Andrioli.

Segundo o presidente do Grupo Uninter, Wilson Picler, esta mudança do mercado se deve essencialmente à redução no financiamento estudantil. Para ele, as instituições que antes tinham seu crescimento alavancado pelo Fies devem se reinventar para enfrentar as dificuldades dos próximos anos e continuar trazendo retorno para seus investidores. “A restrição do financiamento estudantil é o epicentro desta discussão,” afirma Picler. Com 150 mil alunos no ensino a distância, o Grupo Uninter só perde para a gigante Kroton, que tem mais de meio milhão de alunos na modalidade digital.

Instituições paranaenses preveem investimentos para a modalidade

O contexto de crescimento do ensino a distância vem acompanhado de investimentos dos principais players do segmento no Paraná, um dos estados com maior participação neste mercado. Com sede em Maringá, o Centro Universitário Unicesumar anunciou recentemente a abertura de mais de 186 polos de educação a distância, chegando a marca de 263. A previsão é um investimento na ordem de R$ 40 milhões, nos próximos 12 meses, para a implementação das novas unidades. Atualmente a instituição possui 80 mil alunos, sendo 65 mil do ensino a distância. Com a expansão, o objetivo é atingir a marca dos 110 mil alunos atendidos até o início do ano que vem.

O Grupo Uninter é outro gigante do setor – o segundo maior do país no EaD – que se prepara para aproveitar a tendência de evolução do mercado. Com 170 mil alunos em mais de 460 polos em todos os estados do Brasil, a modalidade digital corresponde a mais de 95% do faturamento do conglomerado, previsto para atingir os R$ 500 milhões em 2016. Segundo o ex-deputado e presidente da Uninter, Wilson Picler, a empresa vem mantendo um crescimento de 15% ao ano desde 2014. Depois de uma emissão de debêntures em abril deste ano, os planos incluem possíveis fusões e a abertura de capital na bolsa de valores. “Estamos nos preparando para ser uma consolidadora de mercado”, afirma. “A prioridade é manter o curso natural de uma expansão orgânica.”

Vendida para a americana Apollo há pouco mais de um ano, a Fael é outra instituição paranaense com foco na educação a distância com perspectiva de crescimento para os próximos anos. De acordo com o diretor executivo da instituição, Luiz Borges, o EaD já corresponde a mais de 70% da demanda da faculdade, com 150 polos espalhados pelo país – a meta é atingir 55 mil estudantes até 2019. “Tivemos um crescimento de 75% em novas matrículas do ano passado para cá,” comenta. “Nossa intenção é dobrar a oferta de cursos de pós-graduação a distância até o início do ano que vem, com um investimento de cerca de R$ 10 milhões na produção de conteúdo para o EaD.”

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