Nova versão da linha Technics, da Panasonic, terá apenas 1,2 mil unidades| Foto: Divulgação/Panasonic

Diante de aparelhos inteligentes, drones, carros que dirigem sozinhos e robôs, se poderia imaginar que um toca-discos devesse fazer parte de acervo de um museu. Ou que uma câmera de filme 8 milímetros jamais pudesse dividir espaço com smartwatches e óculos de realidade virtual.

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Pois andar pelos corredores da CES, uma das maiores feiras de tecnologia do mundo, que acontece em Las Vegas nesta semana, pode trazer surpresas como essas, com arroubos de nostalgia e até um pouco de anacronismo.

A linha de toca-discos Technics, da Panasonic, rendeu elogios dos visitantes e da imprensa especializada ao ressuscitar a antiga SL-1200MK2, uma queridinha dos DJs desde os anos 1970.

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Embora o revival dos vinis seja uma tendência de alguns anos, os aparelhos da Panasonic não haviam aproveitado o aquecimento do mercado dos antigos bolachões, e a fabricante interrompeu a fabricação da vitrola em 2010, gerando reclamações e até petições on-line.

Agora, a Panasonic anunciou uma linha limitada, com apenas 1.200 unidades, das antigas Technics para comemorar os 50 anos do toca-discos, e uma nova versão das MK2 batizada de Grand Class 1200G. A empresa diz que os DJs poderão confiar no novo aparelho tanto quanto confiavam nos antigos, conhecidos pela robustez do braço e do motor de tração direta, diferente das vitrolas com cintas, que arrebentavam depois de muito uso.

A vantagem de se lançar produtos antigos com tecnologia moderna é poder resolver parte dos pontos fracos de dispositivos consagrados. A Technics não era vista como um aparelho para se ter em casa. Embora a tração direta desse mais estabilidade para agitar um baile noite adentro, o sistema provocava vibrações que eram captadas pela agulha e distorciam o som. A Panasonic diz que a nova versão vai entregar qualidade digna de audiófilos.

Super 8

Resolver um antigo problema para trazer de volta tecnologias desaparecidas, mas detentoras de fiéis admiradores, é também a aposta da Kodak, fabricante de filmes fotográficos que passou por maus bocados na era da fotografia digital.

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Kodak lançou na CES um protótipo de câmera de 8 milímetros 

Como as Technics, o filme Super 8 pode ser considerado um quinquagenário, já que a empresa fabrica o formato há quase 50 anos. Para comemorar o marco, lançou na CES um protótipo de câmera de 8 milímetros, que fará parte de uma iniciativa para revitalizar o suporte. Introduzindo recursos digitais na captura e no processo de revelação, a Kodak quer unir o melhor do filme e a conveniência de tecnologias modernas.

Houve, no entanto, quem teve de se reinventar. A Polaroid, que ficou conhecida pelas câmeras fotográficas, poderia ser considerada a Apple do século passado. Os filmes de revelação instantânea usados pelas câmeras da empresa introduziram a possibilidade de tirar fotos à maneira como se faz hoje com os smartphones, vendo o resultado na hora.

E a preocupação com o design e a experiência do usuário inspiraram Steve Jobs a fazer o mesmo na empresa que fundou.

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Mas a revitalização do interesse pelos instantâneos não foi suficiente, como no caso dos vinis, para garantir a sobrevivência da empresa diante da força das tecnologias digitais. Quem passa pelo estande da Polaroid logo vê por que ele fica próximo ao de gigantes tecnológicos como Sony e Samsung. Há ali tablets, câmeras digitais e até impressoras 3D. Que imprimem colorido, como os antigos instantâneos.