Um dia após sofrer intervenção no fundo de pensão dos funcionários e de ter seus bens arrestados pela Justiça do Rio, a Varig enfrenta o desafio de dar continuidade às operações dos vôos às vésperas de um feriado prolongado.

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A companhia informou que as operações nesta quinta-feira estão normalizadas nas principais capitais atendidas pela companhia, negando rumores de que vôos que ligariam capitais do Sudeste à região Nordeste teriam sido cancelados. Segundo a assessoria de imprensa da Varig, todas as freqüências que foram alteradas nas últimas duas semanas fazem parte do plano de ajuste de malhas, posto em operação desde o dia 2 de abril "e devidamente informado à Infraero".

Entre os cancelamentos registrados junto à Infraero e à Anac estão a suspensão de linhas na região Sul, entre elas as ligações de Congonhas (São Paulo) com as cidades de Navegantes (SC), Caxias do Sul (RS), Passo Fundo (RS), Londrina (PR) e Maringa (PR).

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As informações foram confirmadas pela assessoria da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac), órgão que regulamenta o mercado de aviação em substituição ao Departamento de Aviação Civil (DAC). De acordo com a Anac, a Varig tem atendido, pelo menos nas últimas duas semanas, os padrões normativos de operações nos principais aeroportos do país e tem informado com "antecedência regular" o cancelamento de freqüências.

Ainda segundo a Anac, a Varig só tem sido impedida de voar por problemas técnicos ou meteorológicos e tem "atendido todos os padrões de qualidade, segurança e de atendimento".

Na noite de terça-feira, o juiz Evandro Guimarães, da 14ª Vara do Trabalho, do Tribunal Regional do Rio de Janeiro, autorizou o arresto (apreensão) de bens da Varig por seus empregados, para que sejam usados como garantia do pagamento de passivos da empresa junto aos trabalhadores.

Com a decisão, resultado de uma ação movida pelas associações que fazem parte do Trabalhadores do Grupo Varig (TGV) e do Sindicato Nacional dos Aeronautas, os bens da companhia devem passar a ser administrados pelos empregados e concentrados por uma empresa denominada Varig Operacional. O passivo da companhia permanece na antiga Varig. O pedido prevê o uso dos recursos do fundo de pensão Aerus - cerca de R$ 200 milhões, dos 600 milhões em caixa, para cobrir despesas correntes da companhia.

Na quarta-feira, a Secretaria de Previdência Complementar (SPC) determinou uma intervenção no Aerus e a liquidação dos planos de benefícios dos trabalhadores da Varig. ( clique aqui e saiba mais )

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Segundo fontes da SPC, órgão que regula e fiscaliza os fundos de pensão, a medida foi necessária para evitar a tranferência de recursos do Aerus para o caixa da Varig, com o objetivo de proteger o patrimônio dos trabalhadores investidos no fundo.

Para reverter esta situação, o advogado que representa os rabalhadores da Varig informou que vai entrar com uma ação civil pública contra a decisão da secretaria e também vai encaminhar a ação de arresto ao juiz da 8ª Vara Empresarial do Tribunal de Justiça do Rio de Janeiro, Roberto Ayoub. A 8ª Vara Empresarial acompanha o processo de recuperação da companhia.