Nos últimos quatro anos, foram fechadas 798 fábricas na Argentina, de acordo com dados divulgados durante um encontro da União Industrial Argentina (UIA), realizado esta semana na província de Córdoba. Um documento elaborado pelo economista Diego Coatz mostrou que em 2011 existiam 60.029 fábricas no país e atualmente o número caiu para 59.231.
Os empresários argentinos estão preocupados pela recessão que enfrenta a economia e o possível contágio de crises externas, principalmente da China e do Brasil. Durante o evento em Córdoba, o vice-presidente da UIA e diretor do Grupo Arcor, Adrián Kaufmann, assegurou que, desde 2011, o setor industrial vive um retrocesso.
“Reconhecemos os avances a partir de 2002 (Nestor Kirchner chegou ao poder em abril de 2003). Até 2011, o setor industrial cresceu e alcançou níveis de produtividade similares aos de 1974. Mas, desde 2011, sofremos uma estagnação da economia e, em particular, do setor industrial”, afirmou Kaufmann.
Segundo ele, hoje a atividade industrial do país está 4,5% abaixo dos níveis de 2011, em termos de volume de produção. “O emprego industrial recuou 1,4% em 2014”, enfatizou o vice-presidente da UIA.
Ajustes
A maioria dos empresários que participou do encontro questionou as políticas econômicas do governo Kirchner, em plena campanha eleitoral pela sucessão da presidente Cristina Kirchner. Muitos pediram medidas de ajuste para conter o crescente gasto público e, também, um ajuste do tipo de câmbio, cada vez mais atrasado em relação aos demais países da região.
O ministro da Economia kirchnerista, Axel Kicillof, criticou os empresários e a existência do que considera “um clube de desvalorizadores” do peso.
“Não falem mais sobre atraso cambial porque isso faz mal às pessoas”, declarou o ministro e candidato a deputado nacional.