Em discurso lido pelo chanceler Celso Amorim, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva defendeu nesta sexta-feira no Fórum Econômico Mundial uma reforma do sistema financeiro global.

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Lula cancelou a viagem que faria a Davos, na Suíça, após ter sofrido uma crise de hipertensão na quarta-feira. Ele passou uma noite internado em um hospital de Recife e agora descansa em sua casa, em São Bernardo do Campo (SP). O ministro das Relações Exteriores representou o presidente na entrega do prêmio de estadista global.

"Vimos, com susto e medo, mas sem que a lição tenha sido corretamente aprendida, para onde a especulação financeira pode nos levar", destacou Lula no texto.

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"Continuam muitos dos terríveis efeitos da crise financeira internacional, e não vemos nenhum sinal, mais concreto, de que esta crise tenha servido para que repensássemos a ordem econômica mundial, seus métodos, sua pobre ética e seus processos anacrônicos."

O presidente repetiu que o sistema financeiro mundial deve privilegiar a produção, e não a especulação. Ele advogou ainda a reinvenção das instituições multilaterais e a criação de "regulações claras para evitar riscos absurdos e excessivos".

Pontuando os avanços obtidos por seu governo nas áreas econômica e social e recordando que quando foi ao fórum há sete anos seu governo era visto com desconfiança, Lula disse que o Brasil apostou no mercado interno para combater os efeitos da crise.

Ele criticou ainda as guerras e, citando o caso do Haiti, o costume dos países de só ajudar as nações mais pobres quando ocorrem catástrofes.

"A melhor política de desenvolvimento é o combate à pobreza. Esta também é uma das melhores receitas para a paz. E aprendemos, no ano passado, que é também um poderoso escudo contra crise. Esta lição que o Brasil aprendeu, vale para qualquer parte do mundo, rica ou pobre", frisou.

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A falta de um acordo mais ambicioso para o combate às mudanças climáticas no ano passado, em Copenhague, também foi alvo da mensagem de Lula.

"A humanidade perdeu uma grande oportunidade de avançar, com rapidez, em defesa do meio ambiente. Por isso cobramos que cheguemos com o espírito desarmado, no próximo encontro, no México, e que encontremos saídas concretas para o grave problema do aquecimento global", afirmou.