Para se diferenciar, a Panvel, que faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado e faz parte do grupo Dimed, aposta em um portfólio diferenciado de higiene e beleza.| Foto: Divulgação/Panvel

A rede gaúcha Panvel, que tem 415 lojas na região Sul, está pronta para dar um salto em solo paulistano a partir de 2019. A companhia, que hoje tem apenas quatro lojas na capital paulista, quer chegar a 45 pontos de venda. Segundo o presidente da varejista, Júlio Mottin Neto, a ideia é acelerar a abertura de unidades para garantir que, até o início da próxima década, a Panvel tenha uma presença relevante no maior mercado do país.

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Até agora, os passos da Panvel em São Paulo tem sido cuidadosos. A primeira unidade foi aberta em 2013, em um shopping da rede Bourbon, também do Rio Grande do Sul. Esse movimento paulatino resultará na abertura de uma quinta loja na capital paulista até o início de setembro. “Queremos ter uma boa posição na classe A e B, e não ser a maior rede (paulistana)”, diz Mottin Neto, lembrando que a escolha dos pontos tem sido cuidadosa. A partir de 2019, porém, essa expansão ganhará ritmo, com previsão de dez novas farmácias por ano.

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Por trás desse movimento, de acordo com Alberto Serrentino, fundador da consultoria Varese, está o fato de que as redes médias de drogarias terem percebido que ainda existem nichos a ser ocupados, apesar do surgimento de duas gigantes com ambições nacionais no setor: a Raia Drogasil e a Pacheco/São Paulo.

Serrentino lembra que a prática provou que, no mercado farmacêutico, nem sempre maior quer dizer melhor. Ele cita o caso do BTG Pactual, que sofreu sucessivos prejuízos com a Brasil Pharma, que reúne ativos como Big Ben e Farmais. O banco acabou se desfazendo do ativo por um preço simbólico. Hoje, a Brasil Pharma enfrenta um complexo processo de recuperação judicial.

Nesse contexto, diz o especialista, redes como as gaúchas Panvel e São João, a paranaense Nissei e a paraense Extrafarma – esta última parte do Grupo Ultra – perceberam que poderiam continuar a ganhar mercado. “As farmácias de dono, ou as pequenas redes, estão perdendo mercado nas capitais. No interior, o segmento continua a ser bastante pulverizado”, explica o consultor.

Beleza

Para se diferenciar, a Panvel, que faturou R$ 2,5 bilhões no ano passado e faz parte do grupo Dimed, aposta em um portfólio diferenciado de higiene e beleza. Além de trabalhar com as principais marcas do mercado – a exemplo do que fazem suas rivais – a Panvel também tem uma estratégia consolidada de marca própria. A companhia é dona de uma indústria que produz diversos itens de seu portfólio na região metropolitana de Porto Alegre.

A vantagem da aposta na marca própria, segundo Mottin, é a possibilidade realizar promoções – uma forma de alavancar vendas em um cenário de crise. Com esse tipo de estratégia, a companhia cresceu, até esse momento de 2018, 9% sobre o ano passado. “Percebemos que as pessoas buscam produtos mais baratos em todos os segmentos”, diz o executivo. “No caso de desodorantes, percebemos que a venda só ocorre com o produto em promoção do tipo ‘leve dois, pague um’.”

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