O ministro José Serra (Relações Exteriores) está em Paris para defender o Brasil junto à OCDE (Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico) e buscar novos acordos comerciais. Questionado nesta terça-feira (31) se a situação pela qual passa o Brasil pode criar algum tipo de constrangimento junto aos potenciais parceiros comerciais, Serra optou por comentar apenas sobre economia. Sobre a questão política, que culminou com o afastamento da presidente Dilma e o governo interino de Michel Temer, ele não fala.
“Não [tem constrangimento], do ponto de vista econômico é normal. Todos os países têm crise, embora a crise brasileira seja especialmente grave. Mas eu acredito que está numa fase de superação até porque a inversão de expectativas vai fazer aumentar o consumo e o investimento que, antes não eram feitos, pela incerteza do que poderia acontecer. O grau de certeza a respeito da economia aumentou, é apenas o começo. De toda maneira, é um aspecto positivo”, afirmou nesta terça.
A declaração foi feita depois de uma cerimônia com o presidente francês François Hollande, no Palácio Eliseu, sede da presidência em Paris, em comemoração à semana da América Latina. Serra diz estar disposto a alavancar acordos comerciais para tentar estimular a economia brasileira.
Está de olho em parcerias principalmente com a União Europeia, França, Estados Unidos e Canadá. Os acordos comerciais se transformaram em sua prioridade. “Temos que procurar forçar uma expansão comercial mundial. O Brasil tem uma participação tão pequena nas exportações mundiais que seu desempenho pode melhorar até mesmo com uma estagnação do comércio mundial. Para isso, precisamos de mais acordos, de mais entendimentos. Vamos insistir não apenas na União Europeia mas na América do Norte. Até como uma maneira de ter mais força do outro lado”, afirmou.
Inflação e juros menores
O chanceler brasileiro diz que “preocupa muito” a notícia do índice de desemprego a dois dígitos, divulgada nesta terça (31). Mas, para ele, a tendência é desacelerar diante do atual cenário.
Segundo Serra, a inflação enfraqueceu. “O que poderá permitir um maior investimento e um alivio dos juros futuramente. São condições positivas que vão aparecendo”, declarou.
Depois de participar com de uma cerimônia na qual o presidente Hollande ressaltou a necessidade de “reciprocidade e respeito” relação à agricultura, Serra se reuniu com o chanceler francês Jean-Marc Ayrault para tratar justamente de investimentos e exportações.
“O problema é até onde vai a reciprocidade e até onde vai o respeito. Eu acho que ambos os lados têm que botar mais atenção na reciprocidade”, afirmou Serra, que reclamou dos “subsídios caudalosos” e admitiu que o maior obstáculo está mesmo na área agrícola.
“Os subsídios são caudalosos, dezenas de bilhões de Euros cada ano, o que conspira contra as importações. A negociação comercial é uma via de mão dupla, implica concessão recíproca”, declarou.
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