O dólar à vista fechou em queda pelo terceiro dia consecutivo nesta terça-feira, ainda refletindo a menor pressão de compra do Banco Central. A moeda americana recuou 0,62% e terminou o dia valendo R$ 2,242 na compra e R$ 2,244 na venda. Em três dias de queda, o dólar já perdeu 3,61% do seu valor frente ao real e atingiu seu menor valor em 2006.
A Bolsa de Valores de São Paulo (Bovespa) subia 1,87% às 17 horas, com 37.318 pontos e R$ 1,87 bilhão em negócios. Com os títulos da dívida externa em alta, o risco-país marcava 271 pontos centesimais. Mantida a tendência, a Bovespa deve bater recorde histórico de pontos e o risco-país atingirá o menor patamar já registrado.
Desde sexta-feira que o BC reduziu à metade a oferta de contratos de swap reverso, o que na prática significa menor compra de dólares no mercado futuro. Foram 4.250 contratos de swap, equivalentes a US$ 403 milhões. O BC mantém as compras no mercado à vista. Desta vez comprou dólares por até R$ 2,241 e aceitou propostas de 14 bancos.
- O mercado de câmbio tem uma única ponta, que é a de venda. E o BC, que é o único comprador, precisa pensar urgentemente em medidas para equilibrar essa situação - diz João Medeiros, diretor da corretora Pioneer.
Medeiros e outros corretores afirmam que o mercado de câmbio brasileiro continua bastante engessado por normas anti-fraudes, o que complica a vida de muitas empresas. Como alternativa para barrar a super-oferta de dólares ele cita a possibilidade de os exportadores poderem movimentar os recursos de suas receitas no exterior.
- O dólar é hoje uma pedra de gelo derretendo ao sol. Essa situação somente vai mudar diante de um choque interno ou externo, ou de uma medida administrativa - disse.
As projeções dos juros negociadas na Bolsa de Mercadorias & Futuros (BM&F) fecharam com leve alta, com o mercado à espera da ata do Comitê de Política Monetária (Copom). O documento será divulgado na quinta-feira e deverá detalhar os motivos da redução dos juros em 0,75 ponto percentual, além de traçar um panorama do cenário econômico.
O Depósito Interfinanceiro (DI) de outubro fechou com taxa de 16,10% ao ano, contra 16,07% do fechamento de segunda-feira. O DI de janeiro de 2007 teve a taxa elevada de 15,89% para 15,91% anuais. A taxa de abril de 2007 subiu de 15,71% para 15,74% anuais.
Reforma tributária promete simplificar impostos, mas Congresso tem nós a desatar
Índia cresce mais que a China: será a nova locomotiva do mundo?
Lula quer resgatar velha Petrobras para tocar projetos de interesse do governo
O que esperar do futuro da Petrobras nas mãos da nova presidente; ouça o podcast