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Nocerino (Itália) e Alonso (Espanha): na economia, os países também estão batendo cabeça | Patrick Stollar/AFP
Nocerino (Itália) e Alonso (Espanha): na economia, os países também estão batendo cabeça| Foto: Patrick Stollar/AFP

Estudo

Vitória da França na Eurocopa pode ser positiva para a economia

Pode o futebol ter alguma influência na economia? O banco holandês ABN-Amro acredita que sim. Em seu estudo Soccernomics 2012, o banco afirma que, do ponto de vista econômico, o resultado ideal para a Eurocopa 2012, iniciada na última sexta-feira, seria uma vitória da França. O motivo é que, entre as economias mais fortes da zona do euro – Alemanha, França e Holanda –, a francesa é a que está mais perto da "linha de fogo" da crise, e sua vitória contribuiria para retomar a confiança do bloco.

O estudo lembra que a França perdeu seu status "AAA", a maior nota pelas agências de classificação de risco, que indica um investimento seguro, e que os mercados ainda estão esperando as medidas o novo presidente, o socialista François Hollande, tomará para combater a crise. Outros bons resultados, segundo o ABN, seriam Alemanha e Holanda, que ainda mantêm suas notas "AAA". No caso de Espanha, Grécia, Irlanda e Portugal, que estão no centro da crise, uma vitória na Eurocopa poderia até elevar a confiança de suas populações, mas pouco faria pelos demais membros da zona do euro.

Se forem olhar para o retrospecto econômico e esportivo, entretanto, os torcedores poderiam ficar desconfiados. As últimas Eurocopas foram vencidas por países que, hoje, estão no centro da crise: Grécia (2004) e Espanha (2008).

A divulgação de números que mostram que a economia da Itália continua em recessão disparou no mercado o temor de que o país – a terceira maior economia da zona do euro – seja a "bola da vez" depois do resgate à Espanha no fim de semana. Segundo os dados divulgados ontem, o PIB italiano, que já vinha se contraindo desde o terceiro trimestre do ano passado, caiu 0,8% nos primeiros três meses de 2012.

Dois trimestres seguidos de recuo no PIB caracterizam recessão. Com isso, os juros para a rolagem dos títulos da dívida do país subiram, sinal de que os mercados desconfiam que a Itália não terá capacidade de pagamento. Ontem, a taxa para os títulos italianos de dez anos chegou a passar dos 6% pela primeira vez desde junho, mas depois recuou. Todos os países europeus que precisaram de resgate até agora (Grécia, Irlanda, Portugal e Espanha) pagavam juros acima de 6% sobre seus títulos, taxa considerada insustentável no médio prazo.

Para o economista Raj Badiani, da consultoria IHS Global Insight, os números mais recentes da Itália são apavorantes. "O risco é alto, e o governo italiano precisa pôr em prática sua agenda de reformas", declarou Badiani.

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Na Espanha, o pacote de 100 bilhões de euros de ajuda aos bancos aliviou momentaneamente a pressão, mas o otimismo das autoridades não se refletiu em mudanças na classificação de risco. O pacote foi anunciado no sábado. A agência Fitch não alterou suas perspectivas para o país e rebaixou em dois patamares a nota de dois dos maiores bancos espanhóis, Santander e BBVA. Eles têm agora a nota BBB+, um nível acima do próprio país, rebaixado na semana passada a BBB. "É algo excepcional que alguns bancos tenham uma nota superior" à do país, disse a agência em um comunicado.

Brasil

Influenciada pelo pessimismo que tomou conta das bolsas dos Estados Unidos e Europa, a Bolsa de Valores de São Paulo iniciou a semana no vermelho, em uma sessão marcada pela volatilidade e pelo cenário internacional nebuloso. As mínimas foram intensificadas na última hora do pregão, com Petrobras caindo quase 3%.

O acordo espanhol chegou a conferir certo ânimo no início dos negócios, mas a breve euforia logo foi substituída por incertezas quanto às condições do pacote e à eficácia da medida, que contaminaram as bolsas de maneira generalizada. O Ibovespa fechou em queda de 0,79%, aos 54.001,45 pontos. O dólar bateu máxima de R$ 2,054 (+1,43%) perto do final do pregão e acabou encerrando o dia cotado a R$ 2,050 (+1,23%).

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