Yellen mostra que Fed manterá redução de estímulos

A nova chair do Federal Reserve, Janet Yellen, que assumiu a batuta do banco central norte-americano neste mês, deixou claro nesta terça-feira (11) que não fará mudanças abruptas na política monetária norte-americana, afirmando que deve continuar reduzindo o estímulo embora a recuperação do mercado do mercado de trabalho esteja longe de ser completa.

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Dólar cai ante real após Yellen reiterar redução de estímulos

Num dia de leve sobe e desce, o dólar fechou em queda nesta terça-feira (11), mas ainda acima de R$ 2,40, após a nova chair do Federal Reserve, Janet Yellen, reiterar os planos do banco central norte-americano de continuar reduzindo seu estímulo econômico, como era esperado pelo mercado. Durante a tarde, a moeda norte-americana chegou a subir, à medida que investidores digeriram as declarações de Yellen e em reação a fluxos de saída de divisas, mas não se sustentou em território positivo.

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No primeiro relatório assinado por Janet Yellen, nova presidente do Federal Reserve (Fed, banco central americano), a instituição destacou o Brasil como um dos emergentes mais vulneráveis às mudanças no cenário econômico global, em parte causadas pelo início da retirada de estímulos à economia dos EUA. Segundo a instituição, além do Brasil, países como Turquia e Indonésia precisam investir em reformas monetárias, fiscais e estruturais para resistir aos choques.

Após não citar as fortes turbulências nos mercados emergentes na ata da última reunião do Comitê Federal de Mercado Aberto (espécie de "Copom" americano), a instituição dedicou ao uma seção de duas páginas no relatório de política monetária bienal, divulgado nesta terça-feira. O Fed relembra a turbulência que começou em maio, com os primeiros rumores da redução do programa de estímulos à economia americana (que se concretizou em dezembro), e a nova onda do início do ano, à qual a Turquia respondeu com um aumento dos juros de 7,7% ao ano para 12% ao ano, uma forma de defender a lira, moeda local.

O Fed também destaca que os efeitos das alterações na economia americana não foram idênticos para todas as economias estrangeiras, citando os chamados "cinco frágeis", grupo no qual o Brasil tem sido incluído em análises recentes, como mais afetados que outros emergentes, na Ásia, por exemplo. "Brasil, Índia, Indonésia, Áfica do Sul e Turquia estão entre as economias que parecem ter sido mais afetadas. Por exemplo, as moedas do Brasil, da Índia e da Turquia recuaram fortemente no meio do ano passado, enquanto as divisas da Coreia do Sul e Taiwan foram mais resilientes. E nas semanas mais recentes, apesar da ampla venda de moedas de emergentes, rendimentos de títulos de emergentes tenderam a aumentar mais em economias que viram os maiores aumentos ao longo de 2013", diz o relatório.

Para o BC dos EUA, os esforços dos países emergentes para evitar os choques devem diminuir os efeitos, se comparados aos das crises cambiais dos anos 90. Mais uma vez destacando o Brasil, o Fed destaca o movimento de aumento dos juros, considerado importante para conter a inflação. "Brasil, Índia e Turquia, entre outros emergentes, aumentaram suas taxas desde então (meio do ano passado). Além disso, alguns bancos centrais de emergentes intervieram nas taxas de câmbio para apoiarem suas moedas. Para ajudar a estabilizar mercados financeiros, Brasil e Indonésia flexibilizaram algumas restrições a entrada de capital impostas durante a recuperação da crise global, quando o fluxo aumento", lembrou o documento.

No entanto, segundo o Fed, essas são apenas medidas "tampão", que devem ser complementadas por reformas estruturais. O documento lembra ainda que essas medidas levarão tempo e que, enquanto isso, investidores continuarão acompanhando de perto o desempenho dos emergentes.

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