O presidente do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Luciano Coutinho, disse ontem que a instituição poderá aumentar temporariamente o aporte de financiamentos para investimentos das empresas, como resposta à crise financeira internacional. Ele destacou que normalmente os investimentos no Brasil são financiados da seguinte forma: 1/3 por capital próprio das empresas, 1/3 pelo BNDES e 1/3 pelo mercado de capitais.

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"Trata-se de uma situação temporária que, não podemos dizer, terá prazo definido. O que podemos dizer é que na atual conjuntura internacional, de dificuldades na oferta de crédito, vamos fazer um esforço para prover recursos às empresas a fim de manter o elevado nível de investimentos do país, o que é essencial para nosso desenvolvimento."

Coutinho disse que os desdobramentos da crise financeira do subprime nos EUA diminuíram de forma sensível alguns mecanismos de financiamentos que empresas brasileiras tinham até recentemente, como o lançamento de ações em bolsas de valores. Nesse contexto, ele afirmou que a crise internacional pode ser uma oportunidade para o Brasil redefinir as formas de financiamento para investimentos de longo prazo.

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O presidente do BNDES disse que, no passado, quando havia uma crise severa, isso atingia de forma substancial o balanço de pagamentos do Brasil, o que reduzia os financiamentos externos para a economia do país. E destacou: "Talvez possamos reavaliar, a partir desta crise, uma nova forma de gerar os investimentos necessários para que o país continue crescendo bem, com maior participação dos empréstimos domésticos, inclusive com maior atuação do setor privado." As declarações do presidente do BNDES foram feitas, na manhã de ontem, em Campinas, em evento que celebrou os 40 anos do Instituto de Economia da Unicamp.

O presidente do BNDES informou que a instituição já recebeu a primeira parcela de R$ 5 bilhões do Tesouro Nacional, de um total de R$ 15 bilhões previstos. De acordo com a assessoria de imprensa do banco, houve recentemente um pequeno atraso na liberação de desembolsos pelo banco, sobretudo os destinados às linhas de crédito relativas ao programa Finame.

Com o repasse dos R$ 5 bilhões do Tesouro à instituição oficial, o banco ressaltou que em poucos dias já estarão normalizadas todas as operações de concessão de financiamentos, especialmente para os empresários que requereram acesso a crédito via Finame.

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