O ministro da Fazenda, Guido Mantega, deixou claro na reunião ministerial feita na segunda-feira (1º), na Granja do Torto, que poderá cortar gastos do governo para equilibrar as contas, especialmente porque, segundo ele, os investimentos previstos no Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) estão muito atrelados ao dinheiro que não se encontra em cofre, como o do pré-sal, por exemplo.
Após longa exposição das ministras da Casa Civil, Gleisi Hoffmann, e das Relações Institucionais, Ideli Salvatti, sobre as maravilhas que serão investidas em obras e logística, Mantega ponderou: "Vamos garantir dinheiro para tudo isso, mas se o processo de vinculação de receitas futuras for muito acelerado, terei de cortar as despesas correntes".
Mantega foi a primeira autoridade a discursar na reunião que durou mais de quatro horas.
Logo depois, a presidente Dilma Rousseff pediu que o presidente do Banco Central, Alexandre Tombini, falasse por "ao menos dez minutos" - tempo considerado uma eternidade, já que ministros tinham, em média, 180 segundos falar. Tombini concentrou-se em elogiar a política econômica adotada pelo governo - e por ele mesmo. A presidente, por sua vez, disse acreditar na diminuição dos preços neste segundo semestre.
"Apostamos na queda da inflação porque historicamente ela sempre cai no segundo semestre, não é mesmo, Tombini?" O presidente do BC concordou. O ministro dos Transportes, César Borges, aproveitou a oportunidade única de estar frente a frente com a presidente e afirmou que "o governo precisa entregar ao povo o que promete". Dilma interferiu na fala. Para concordar plenamente com o peemedebista. As informações são do jornal O Estado de S. Paulo.