O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou na sexta-feira (1º), após reunião com representantes da Associação Brasileira da Infra-Estrutura e Indústria de Base (Abdib), em São Paulo, que o "pior da inflação" já passou. "Já há uma reversão do quadro inflacionário internacional. Já percebemos uma redução no preço das commodities, como petróleo e alimentos. Ao que parece, o pior já passou."

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O ministro disse que "a minha impressão é que os preços vão continuar caindo, mas é claro que não posso garantir isso". Mantega também afirmou que essa redução já está chegando à economia brasileira. "Todos os índices (de inflação) vêm recuando de mês para mês", ressaltou.

No entanto, o ministro reconheceu que eles ainda seguem em patamar mais elevado do que o registrado no ano passado. De acordo com Mantega, a inflação brasileira foi acumulada principalmente pelo aumento das commodities. "Não dá para brigar com números. De acordo com o IPCA, os alimentos têm o maior peso. O principal vetor da inflação brasileira é o choque de commodities." Crescimento

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Na opinião do ministro da Fazenda, a alta da inflação não vai comprometer o crescimento da economia brasileira. "Caminhamos para um patamar adequado de crescimento. A economia segue seu curso. Considero um crescimento de 4,5% a 5% bastante vigoroso."

Segundo ele, foram tomadas algumas medidas para "calibrar" o crescimento da economia. "Aumentamos o superávit primário e aumentamos o IOF (Imposto sobre Operações Financeiras). Ao mesmo tempo, o BC promoveu o aumento dos juros", ressaltou. Reunião

Durante a reunião na Abdib, o ministro Mantega fez uma exposição da situação macroeconômica do país e mostrou gráficos que revelam que a alta inflacionária no Brasil é menor do que a registrada em outros países. Segundo o ministro, o governo estaria cortando gastos de custeio para ajudar no combate à inflação.

Já a Abdib alertou que os investimentos em infra-estrutura no país ainda estão abaixo das necessidades da economia. De acordo com a entidade, no ano passado foram investidos R$ 84 bilhões no setor, frente à necessidade de R$ 108 bilhões. Mesmo assim, para o ministro, os investimentos no setor "vão de vento em popa". "Esperamos chegar aos R$ 100 bilhões até 2010", disse Mantega. Segundo ele, os investimentos no PAC (Programa de aceleração do Crescimento) serão um instrumento para alavancar os investimentos em infra-estrutura.

A associação também previu que, em agosto, a balança comercial de bens de capital sob encomenda (grandes equipamentos) vai entrar no vermelho pela primeira vez em quatro anos. A entidade também avisou que trabalha em uma agenda microtributária, que, segundo ela, envolve "correções" no sistema tributário nacional.

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