Na contramão de outros segmentos da economia, o sistema de consórcios começou 2015 com resultados animadores. Em janeiro, o setor bateu seu recorde histórico de participantes ativos, que somaram R$ 6,2 milhões em todo o país. O número é 7,4% maior do que o registrado no mesmo mês de 2014. As contemplações passaram de 110 mil para 118 mil no comparativo dos dois meses, um aumento de 7,1%.
O momento difícil da economia nacional se refletiu na venda de novas cotas, que teve redução de 6,9% e atingiu a marca das 199 mil. A retração não foi suficiente para reduzir o volume de crédito comercializado, que se manteve estável em cerca de R$ 7 bilhões. O crescimento médio de 6,7% nos tickets contratados ajudou a manter a conta equilibrada.
Para Fabiano Lopes Ferreira, presidente do Conselho Nacional da Associação Brasileira de Administradoras de Consórcios (Abac), a migração do consumidor para o sistema em decorrência da dificuldade de crédito do mercado – com juros mais altos, redução de prazo e cadastro seletivo – é um dos fatores que motivou o balanço positivo. “O consumidor aprendeu a programar a compra, fazer poupança e construir patrimônio por meio do sistema. Além disso, o consórcio abrange quase todos os tipos de produtos e serviços”, acrescenta.
Segmentos
As linhas voltadas para os veículos automotores – que incluem modelos leves, pesados e motocicletas – são as principais responsáveis por manter a evolução do sistema, com 87% dos consorciados. O segmento teve 9% de crescimento e chegou a 5,5 milhões de participantes ativos.
“O consórcio de veículos surgiu com a indústria automotiva, então é um segmento que está consolidado”, conta Paulo Roberto Rossi, presidente executivo da Abac. Para Ferreira, outros atrativos são o custo menor e flexibilidade maior do que o financiamento comum.
A Abac está cautelosa em relação às projeções para 2015. Ferreira diz que a associação não traçou metas para o ano, mas prevê a continuidade do crescimento do setor. “Acreditamos, por exemplo, que a linha imobiliária volte a ganhar força devido à maior dificuldade nos financiamentos”, avalia.