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Investimentos

Em tempo de juros altos, renda fixa supera Bovespa

Em períodos de queda e volatilidade no mercado de ações, a renda fixa se torna como uma alternativa atraente para investidores avessos a grandes riscos. Em 2008, enquanto a Bovespa acumulou perdas de 9,8%, quem apostou nas aplicações de renda fixa viu seu dinheiro render, em média, 6,97%.

Os desempenhos das duas aplicações são típicos do cenário econômico atual: refletem incertezas sobre a economia internacional, juros em alta e pressão inflacionária. "Quando os juros sobem, a bolsa fica mais feia e a renda fixa fica mais bonita", explica o professor da USP, Rafael Paschoarelli.

A renda fixa, que tem a Selic - taxa básica de juros da economia, atualmente em 13% - como referência para determinação dos ganhos, teve valorização impulsionada pela trajetória da taxa básica de juros, que subiu 1,75 ponto percentual desde o início deste ano.

Títulos online

Entre as opções mais atraentes, a compra de títulos públicos pela internet foi apontada pela maioria dos economistas como uma boa opção para o pequeno investidor. Além de exigir quantia mínima baixa para investimento (R$ 100), o Tesouro Direto é considerado barato, já que o próprio investidor pode escolher os papéis na internet.

O Tesouro Direto é o sistema de compra de títulos do governo por pessoas físicas pela internet, criado em janeiro de 2002. Para investir, basta ser cadastrado em um banco ou corretora, que cobram uma taxa pelo serviço (e no próprio Tesouro Nacional). O valor mínimo é de cerca de R$ 100.

"O fundo DI do banco é uma renda fixa, mas uma ruim, porque ele cobra caro para administrar", diz o professor Rafael Paschoarelli, da Universidade de São Paulo. "A maior parte dos bancos cobra taxas de 3% ou 4% em fundos. Se a pessoa escolher a corretora terá um custo mais baixo, pode pagar apenas 0,8% de taxa de administração", diz.

Apesar disso, o professor Fábio Gallo, professor de finanças da Pontifícia Universidade Católica em São Paulo e Fundação Getúlio Vargas em São Paulo, fazer suas próprias compras não é a melhor saída em todos os casos.

"É como contratar uma cozinheira. Você contrata, se não sabe cozinhar ou não tem tempo. Cuidar dos investimentos é assim: você contrata alguém se não tiver conhecimento ou tempo", diz. Para Gallo, quem tem esse perfil deve fugir dos investimentos de risco.

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