A Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (PNAD-2006), divulgada na manhã desta sexta-feira (14) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), revela que houve aumento no rendimento médio do brasileiro, que o número de pessoas ocupadas cresceu e que a população mais idosa do país está concentrada no Rio de Janeiro. No geral, a tendência de envelhecimento da população, observada em anos anteriores, persistiu.
De 2005 para 2006, houve aumento de 7,2% no rendimento médio dos trabalhadores. O percentual é superior ao que havia sido registrado de 2004 para 2005 (4,6%). Esse rendimento médio real, em 2004, era de R$ 788; em 2005, de R$ 824; e em 2006; de R$ 883. Foi o maior aumento nessa comparação desde 1995. Um dos fatores determinantes para esse crescimento foi o ganho real do salário mínimo, de 13,3% em 2006, comparado a 2005.
Os dados mostram ainda que a população acima de 40 anos está sendo mais absorvida pelo mercado de trabalho. No ano passado, o país também registrou as menores taxas de desemprego desde 1997.
A PNAD é um sistema de pesquisas por amostra de domicílios, de abrangência nacional, que levanta informações sobre demografia, saúde, migração, fecundidade, condições de habitação e equipamentos domésticos, educação e cultura, trabalho, nível econômico do domicílio, entre outros. Para a PNAD 2006, o IBGE pesquisou 410.241 pessoas, em 145.547 domicílios de todo o país. Trabalho
De 2005 para 2006, o número de pessoas ocupadas cresceu 2,4% no Brasil, ou seja, entraram no mercado de trabalho mais 2,1 milhões de pessoas. Entretanto, esse crescimento foi abaixo do registrado em 2005 (2,9% em relação a 2004). Em 2006, a participação dos trabalhadores com mais de 40 anos de idade na população ocupada aumentou 1,1 ponto percentual em relação ao ano anterior (passou de 39%, em 2005, para 40,1% em 2006). Educação
Em 2006, do total de pessoas de 5 anos ou mais de idade no Brasil (173 milhões, aproximadamente), cerca de 54,9 milhões (em torno de 32%) eram estudantes. Houve um aumento de 0,9% do número total de estudantes em relação ao ano de 2005. Elevação que foi maior nas Regiões Norte e Centro-Oeste (1,3%, em cada uma). Segundo o IBGE, parte dessa expansão pode ser atribuída ao maior ingresso ou permanência na escola; e parte, ao aumento do número de pessoas em idade escolar.
Envelhecimento
Nacionalmente, a tendência de envelhecimento populacional persistiu em 2006. Esse movimento foi ainda mais acentuado nas regiões Sudeste e Sul, onde a diferença entre as participações, no total da população, das pessoas de 0 a 9 anos e de 40 anos ou mais de idade já ultrapassa 20 pontos percentuais a média nacional é uma diferença de 15,8 pontos percentuais. A taxa de fecundidade, em 2006, foi estimada em 2 nascimentos por mulher (em 2005, havia sido de 2,1 nascimentos por mulher), caindo ao nível de reposição da população.
O envelhecimento vem ocorrendo indiscriminadamente para homens e mulheres, mas a população feminina de 0 a 4 anos era, em 2006, 9,3% inferior à masculina na mesma faixa etária; enquanto na faixa de 60 anos ou mais, o número de mulheres superava o de homens em 27%. Ou seja, nascem mais homens, mas as mulheres vivem mais.
Analisando por Unidade da Federação, os estados da Região Norte tinham, em geral, percentual de pessoas de 0 a 4 anos acima do percentual de 60 anos ou mais de idade. Destaca-se o Acre, cujo percentual de pessoas de 0 a 4 anos de idade (12,0%) foi o maior entre os estados. No lado oposto, estava o Rio de Janeiro, onde apenas 5,9% da população residente situava-se nesta faixa etária, além de ser o estado que concentrava o maior percentual de pessoas de 60 anos ou mais de idade, 14,1%. Outro estado que se destacou pelo elevado percentual de pessoas de 60 anos ou mais de idade foi o Rio Grande do Sul (12,4%).
Raça
Segundo a cor ou raça, em 2006, a população residente do Brasil era compostapor 49,7% de brancos, 42,6% de pardos e 6,9% de pretos. Pode-se observar um ligeiro aumento da participação dos pretos que, em 2005, era de 6,3% do total de pessoas. Este aumento resultou da elevação do percentual de pretos nas Regiões Norte (3,8% para 6,2%), Nordeste (7,0% para 7,8%) e Sudeste (7,2% para 7,7%). O aumento observado foi acompanhado de uma redução da população parda nestas regiões. As demais regiões não sofreram alteração na composição da população por cor ou raça.