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Foi-se o tempo em que a caderneta de poupança era o único investimento considerado seguro para quem pensava no futuro dos filhos. Uma das opções que mais cresce hoje em dia é a contratação de planos de previdência privada para crianças. Segundo a Associação Nacional da Previdência Privada (Anapp), a adesão à previdência avançou 15% nos primeiros sete meses de 2006, na comparação com o mesmo período do ano passado.

Como o segmento "júnior" ainda representa apenas 4% no mercado brasileiro, os bancos abriram os olhos para esse potencial e estão investindo firme em produtos para o público infantil. O Santander Banespa, por exemplo, aproveitou o mês da criança para lançar o seu Plano Super Filhos, cujo diferencial é a opção do pagamento de 13 rendas anuais durante cinco anos para garantir o período da faculdade.

Os planos de previdência para crianças funcionam como os planos de previdência tradicionais, em que o cliente deposita uma quantia mensal. O mínimo, em geral, é de R$ 50. A rentabilidade varia entre 10 a 15% ao ano, e os bancos cobram uma taxa de administração anual (alguns cobram também uma outra taxa, chamada de carregamento).

Segundo Ari Zoly Rodrigues Pinto, gerente de negócios da BrasilPrev, os planos de previdência tem duas vantagens principais em relação a outros investimentos: o fato de serem feitos no nome da criança, e a possibilidade de dedução no Imposto de Renda, no caso do PGBL (Plano Gerador de Benefício Livre) e de isenção de impostos sobre o patrimônio, na hora do resgate, no caso do VGBL (Vida Gerador de Benefício Livre).

Há três anos, a empresária Moema Zuccherelli optou por um plano de previdência para a filha Sofia, que hoje está com seis. "Optei pela previdência por ser empresária, sem salário fixo e sem aposentadoria própria. Assim, quando fizer 21 anos a Sofia pode usar o dinheiro para um negócio próprio ou continuar pagando a aposentadoria dela", explica. Moema escolheu um aporte mensal de R$ 150,00. Além do plano, Sofia tem também uma caderneta de poupança em seu nome. "Esse dinheiro é para os estudos dela, antes dos 21 anos", completa.

O economista Élcio Bonatto decidiu-se por um investimento mais agressivo para a filha Alessandra, de 4 anos. Assim que nasceu, Alessandra foi presenteada com uma carteira de ações escolhidas pelo pai, compradas por R$ 2 mil. "Optei por papéis de grandes empresas como Petrobrás, Vale do Rio Doce e Itaú", diz. A carteira de Alessandra acumula rendimento de 40%. Para não divergir da esposa, mais conservadora, Bonatto fez também uma previdência em VGBL para a filha, com depósito de R$ 80 por mês e rendimento bem mais modesto que o da carteira de ações, de 0,5% a 1% ao mês. "É para os estudos dela", diz Bonato.

O economista não está sozinho ao eleger investimentos de renda variável para os filhos. A diretora da corretora curitibana Aureum, Adriana Dalcanale, diz que é cada vez maior o interesse de seus clientes em carteiras para os filhos. "Tenho até clientes que tem carteira antes mesmo de sair da barriga da mãe", conta. A Aureum, que opera na Bolsa de Valores de São Paulo, oferece também clubes de investimentos para pais e filhos. "A vantagem dos clubes é que a taxa de administração é menor e os participantes têm toda a assessoria da corretora", diz o professor de Economia da Unifae Business School, Lucas Dezordi.

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