Robinson Barreirinhas, secretário especial da Receita Federal| Foto: Edu Andrade/Ascom/MPO
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A Receita Federal divulgou nesta segunda-feira (21), um vídeo em que o secretário especial responsável pelo órgão, Robinson Barreirinhas, defende a tributação sobre rendimentos em aplicações no exterior, as chamadas offshores. A medida é uma forma encontrada pelo governo para compensar a elevação da faixa de isenção do Imposto de Renda da Pessoa Física (IRPF).

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Em maio, por força de medida provisória (MP) rendimentos recebidos em outros países por meio de aplicações financeiras, entidades controladas e bens e direitos nos chamados trusts passaram a ser taxados. Para ser convertida em lei, a MP precisa do aval do Congresso, o que não ocorreu nos 60 dias exigidos. Prorrogado por mais 60, o prazo expira na próxima segunda-feira (28) e, sem a aprovação dos parlamentares, a MP caducará e perderá os efeitos.

O presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira (PP-AL), já sinalizou ser contrário à proposta. Em uma tentativa de “cortar caminho” para a efetivação da medida, o deputado federal Merlong Solano (PT-PI) incluiu a tributação sobre rendimentos em offshores no relatório de outra MP, a que reajusta, com aumento real, o valor do salário mínimo e que enfrenta menos resistências na Casa.

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Na gravação divulgada em redes sociais nesta segunda, Barreirinhas diz que a tributação de rendimentos em paraísos fiscais é muito importante. “No início deste ano, o presidente Lula aumentou o valor do salário mínimo em valores reais e também aumentou a faixa de isenção do Imposto de Renda, para R$ 2.640, algo que não acontecia desde 2015, beneficiando assim mais do que 38 milhões de brasileiros”, ressalta o secretário.

“Para compensar isso propôs exatamente que 0,04% dos brasileiros, muito pouca gente, que têm milhões de reais no exterior, às vezes mais de R$ 1 bilhão no exterior cada um, que essas pessoas passem a pagar Imposto de Renda”, diz.

Segundo ele, a iniciativa não resulta em aumento da carga tributária, uma vez que não haverá mudanças para a maior parte dos contribuintes, que já paga IRPF sobre seus salários e sobre rendimentos em aplicações financeiras no Brasil. “O que nós estamos propondo é que essas pessoas que têm centenas de milhões, bilhões de reais, no exterior comecem a pagar Imposto de Renda, como você”, afirma.

Barreirinhas ainda diz que não há risco de que esses investidores deixem o Brasil com a nova tributação. “Primeiro que o dinheiro já está fora do país. E, segundo, que se essa pessoa quiser mudar de domicílio, ela vai pagar mais Imposto de Renda, porque só o Brasil não cobra Imposto de Renda de rendimento em paraíso fiscal”, argumenta o secretário.

“Se ela se mudar para os nossos vizinhos da América Latina, vai pagar. Argentina e Chile já cobram mais do que 30% de Imposto de Renda de rendimento em paraíso fiscal. Se for para a Europa, mais do que 30%, 35%”, finaliza.

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Confira o vídeo divulgado pela Receita Federal