Trabalhadores dos Correios estão acampados em frente à agência central de Curitiba desde quarta-feira (30) com a intenção de pressionar a empresa a dar início às conversações sobre a data-base 2007 da categoria. Para esta sexta-feira (1.º) está prevista uma passeata dos trabalhadores para tentar sensibilizar a população em relação a causa da categoria.
A negociação está apenas no começo, mas o Sindicato dos Trabalhadores nos Correios do Paraná (Sintcom) já apresentou uma extensa pauta de reivindicações. Os principais pontos são o reajuste de 4%, aumento real de 16% e o pagamento das perdas acumuladas nos últimos anos, que chegam aos 44%. Os Correios já entregaram uma proposta aos trabalhadores que apresentava um reajuste real de 4%, mas ela foi rejeitada pela maioria dos manifestantes. Se as negociações não avançarem, garante o Sintcom, uma greve será deflagrada a partir do dia 13 de setembro.
A assessoria de imprensa dos Correios afirma que esta atitude tomada pelos trabalhadores, de acampar em protesto por reajustes, é normal nesta época do ano, já que agosto é o mês em que a data-base começa a ser discutida. Como as conversas devem evoluir, a empresa acredita que os envolvidos vão ceder em alguns pontos e chegar a um acordo.
As reivindicações dos trabalhadores são consideradas exageradas e, segundo a assessoria da empresa, "se fosse concedido tudo que eles (trabalhadores) pediram seria necessária a receita bruta de três anos dos Correios para pagar apenas um ano de acordo coletivo". Contudo, continuou a assessoria, o reajuste final, após as negociações, precisa estar dentro do que a empresa considera "viável".
Os trabalhadores acreditam que a proposta apresentada pela empresa é pior do que apenas reajuste pequeno. No documento estaria previsto um reescalonamento das taxas do Plano de Saúde, o que significaria uma perda de benefícios.
Os trabalhadores ficarão em vigília até esta sexta aguardando uma nova proposta da empresa e isso deve ocorrer até a próxima segunda-feira (4).
Em 2005...
No ano passado as negociações entre trabalhadores e os Correios foi bem complicada. De 13 até 22 de setembro a greve da categoria chegou a prejudicar a distribuição de correspondências em várias cidades do país, inclusive Curitiba.
Um decisão nacional pôs a paralisação com o acordo que concedeu reajuste de 8,5% (retroativo a 1.° de agosto daquele ano), pagos até o mês de janeiro de 2006, e outro aumento de 3,61% a partir de fevereiro. Além disso os funcionários receberam um abono salarial de R$ 800.