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O embaixador da Espanha no Brasil, Manuel de la Cámara, avaliou nesta quarta-feira (2) que os investimentos espanhóis no País estão bem mais seguros do que os realizados em outros países da América Latina, como Argentina e Bolívia, que, recentemente, romperam contratos de empresas espanholas no setor energético. "O Brasil é muito diferente de outros países da região. A segurança jurídica e o respeito a contratos dão muita segurança para os investimentos espanhóis", disse o embaixador, após encontro com o ministro de Minas e Energia, Edison Lobão.

Segundo ele, a expropriação de 51% do capital da petrolífera Repsol na companhia argentina YPF foi tratada na reunião, mas La Cámara não pediu a Lobão ajuda nas negociações com o governo argentino. "O Brasil tem suas próprias relações com a Argentina e não solicitamos, por enquanto, algum tipo de auxílio. Mas podemos pensar uma colaboração nesse sentido, embora nesse momento não seja fácil dialogar com a Argentina", completou o embaixador.

Ele também citou a nacionalização dos ativos espanhóis de distribuição de energia na Bolívia, determinada ontem pelo presidente Evo Morales. La Cámara afirmou que o sistema de distribuição da Bolívia funciona "muito bem" e que os investimentos realizados pela companhia no país eram suficientes. "Foi uma decisão política de um governo que não é muito previsível. Esperamos que o governo boliviano pague as compensações devidas", acrescentou o embaixador, que lembrou que o Brasil também já teve problemas com a administração de Morales após a nacionalização de unidades da Petrobras no país vizinho.

Durante o encontro com Lobão, o embaixador também tratou da cooperação entre Brasil e Espanha na geração de energia por meio de fontes renováveis. A Espanha é forte no segmento de energia eólica, inclusive com a instalação de indústrias de fabricação de turbinas no Brasil, e também pretende ampliar sua participação na geração de energia solar no País. Segundo La Cámara, foi discutida ainda parceria entre a Petrobras e a Repsol na operação de gasodutos.

Turismo

La Cámara também disse que o governo espanhol tenta junto às autoridades brasileiras flexibilizar e facilitar a entrada de turistas entre os dois países. Há cerca de um mês, o Brasil endureceu as regras para a entrada de espanhóis no País em reciprocidade às medidas em vigor no país europeu.

"Compreendemos a medida brasileira e o número de espanhóis barrados, por enquanto, não foi significativo. Mas trabalhamos para flexibilizar entre os dois países", disse.

Segundo La Cámara, na próxima semana, o ministério do Interior e a polícia espanhola terão uma reunião na embaixada brasileira em Madri para discutir ações no sentido de melhorar as relações entre autoridades espanholas e os viajantes brasileiros no país.

"Os brasileiros são muito bem vindos na Espanha, mas sempre terá alguma pessoa que não vai entrar por falta de documentação. Em 2011, apenas 0,5% dos brasileiros foram barrados e acredito que a situação vá melhorando", disse La Cámara.

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