O embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Thomas Shannon, disse hoje estar bastante otimista com relação a um acordo entre seu país e o Brasil no que tange a questão do algodão. Haverá hoje e amanhã nos EUA reuniões de representantes do comércio exterior brasileiro e norte-americano para tentar avançar num acordo que evite retaliações comerciais aos EUA por parte do Brasil, autorizadas pela Organização Mundial do Comércio (OMC), por causa de subsídios norte-americanos aos produtores de algodão. Na semana passada, reunião sobre o assunto feita no Brasil não teve grandes avanços. O governo dos EUA tem até 22 de junho para apresentar propostas.
Perguntado se as negociações estão indo mal, o embaixador afirmou que, na sua visão, as tratativas vão muito bem. "Negociações são processos longos e, a meu ver, estão andando mais para bem do que para mal. Acho que veremos se elas são boas ou más só no fim", disse Thomas Shannon, durante participação no 3º Fórum Brasil-Estados Unidos, organizado pela Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio-SP), na capital paulista. Na avaliação do embaixador, os dois lados da negociação estão trabalhando para abrir espaços favoráveis.
A Câmara dos Deputados brasileira votou uma medida provisória (MP) que permite ao Brasil retaliar comercialmente os EUA. A MP terá de ser avaliada ainda hoje pelo Senado ou perderá a validade. Os norte-americanos já haviam sinalizado que poderiam repassar recursos para os produtores de algodão brasileiros com o objetivo de financiar pesquisas e evitar as retaliações, mas isso também não foi adiante e eles procuram outra forma de entrar em acordo com o governo brasileiro para evitar as retaliações, cujo valor estimado gira em torno de US$ 830 milhões por ano.
Segundo Shannon, o fato de o governo dos EUA, após sete anos de discussões, ter se sentado para negociar o contencioso envolvendo o algodão com o Brasil é uma mostra da boa vontade que os norte-americanos têm em cumprir seus compromissos internacionais. Ele fez essa afirmação após ter sido questionado do porquê da dificuldade dos EUA em cumprir determinações da OMC. Isso porque, mesmo depois da decisão favorável ao Brasil na OMC, em 2006, o governo norte-americano manteve a política de subsidiar seus plantadores de algodão.
"Nós temos responsabilidade e boa vontade de cumprir com as nossas obrigações internacionais, seja na ONU ou na OMC. Às vezes, as negociações não são rápidas porque temos de enfrentar também interesses domésticos", disse o embaixador norte-americano, afirmando que esta boa vontade do governo Obama em negociar com o Brasil será importante não só para resolver a questão do algodão, mas outras divergências entre os dois países.
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