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Embargo russo vai durar um ano

Brasília (AE) – A Rússia deixou claro ontem que será dura com o governo brasileiro antes de rever o embargo imposto às importações de animais vivos, carnes e produtos de oito estados brasileiros. De acordo com comunicado, o embargo comercial para o Mato Grosso do Sul e o Paraná valerá por pelo menos um ano. A restrição foi determinada depois de confirmados 28 focos de febre aftosa no rebanho do Mato Grosso do Sul e de um foco da doença no Paraná – que é contestado pelo criador e pelo governo. Em comunicado, o serviço veterinário da Rússia informou que não está satisfeito com a incapacidade de o Brasil lidar com a doença. O ministro da Agricultura, Roberto Rodrigues, rebateu a crítica. "Do ponto de vista de identificação e controle da doença tenho a impressão que o que o Brasil tem feito é exemplar", disse.

Cerca de 14% das exportações brasileiras de carne bovina do Brasil vão para a Rússia. Em dezembro, mesmo com o embargo, a Rússia ainda foi o principal importador de carne bovina "in natura", comprando um volume de 9.356 toneladas, com receita de US$ 18,8 milhões. Os números são referentes ao período de 1.º a 18 de dezembro e foram divulgados pela Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carne (Abiec).

Para o Mato Grosso do Sul e Paraná, Moscou suspendeu as compras de animais vivos, carnes suína, bovina e de aves, leite, todos os tipos de carne e lácteos, insumos pecuários e rações para animais, bem como dos equipamentos para manutenção, o abate e o processamento de animais.

A restrição ao Mato Grosso do Sul vale desde outubro. O Paraná e mais seis estados estão proibidos de vender desde a semana passada. Rio Grande do Sul, Santa Catarina, Mato Grosso, Goiás, São Paulo e Minas Gerais não podem vender animais vivos, carnes suína e bovina e produtos de carne crua de suínos e bovinos.

Surpreso, o ministro Rodrigues tentou minimizar as críticas. Ele lembrou que uma região que está livre de uma doença pode vir a registrá-la. "O fato de ser livre de aftosa não significa que uma região não terá a doença", acrescentou.

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