O Ministério da Agricultura confirmou ter recebido dos governos do Peru e do Líbano, ainda na quinta-feira, um informe oficial sobre a decisão de suspender as importações de carne bovina brasileira. Os dois países anunciaram a medida restritiva temendo a contaminação do produto nacional com o mal de vaca louca.
Ao todo, já são dez os países que suspenderam as compras de carne brasileira.
Japão, África do Sul, Coreia do Sul, Taiwan e China não importarão qualquer produto brasileiro, seja animal vivo ou congelado.
O Peru também decidiu não comprar a carne bovina vinda de qualquer estado brasileiro, mas a medida, inicialmente, vale por um prazo de 90 dias. O período servirá para que se prove que não há riscos neste consumo. Jordânia e Líbano aplicaram a restrição apenas para a carne vinda do Paraná.
A Arábia Saudita informou ao governo brasileiro que vai retomar a importação de animais vivos, mas apenas os que vierem do Pará, um dos principais estados produtores. Peças congeladas e animais vivos dos demais estados seguem banidos. Já o Chile limitou apenas a importação de farelos de osso e de carne.
Histórico
Em 7 de dezembro o governo brasileiro confirmou a ocorrência de um caso "não clássico" do mal de vaca louca (encefalopatia espongiforme bovina, conhecida também como EEB) no Paraná.
O governo defende que o caso foi isolado e não chegou a ser suficiente para alterar a classificação de risco da carne brasileira. Portanto, a decisão de restringir as importações são vistas como medidas protecionistas pelo Brasil.
A secretária de comércio exterior do Ministério do Desenvolvimento Indústria e Comércio Exterior, Tatiana Lacerda Prazeres, chegou a dizer na última quarta-feira que o governo não descarta abrir um contencioso na Organização Mundial do Comércio (OMC) para questionar as barreiras impostas à venda de carne bovina brasileira. Mas, até agora, nada foi feito oficialmente nesse sentido. Apesar dos embargos, indústria de carne bovina vê crescimento em 2013.
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