A Embraer inaugurou nesta terça-feira (26) as instalações para montagem dos aviões Super Tucano para a Força Aérea dos Estados Unidos. A inauguração da unidade em Jacksonville, na Flórida, contou com a presença do presidente da fabricante brasileira, Frederico Curado, e autoridades estaduais e locais. No fim de fevereiro, a Embraer venceu a norte-americana Beechcraft na disputa para fornecer 20 aviões de apoio para a Força Aérea dos EUA que serão utilizados em missões no Afeganistão. A empresa norte-americana informou na semana passada que está processando a Força Aérea dos EUA para paralisar o contrato.
Na segunda da semana passada, o órgão responsável por auditar licitações de governo -GAO (Government Accountability Office)- determinou a suspensão dos trabalhos de produção do avião após a Beechcraft questionar formalmente a licitação. A medida automática foi revertida na sexta pela própria Força Aérea americana, sob o argumento de que o programa é estratégico e de interesse para a segurança nacional. A Embraer e a SNC retomaram a produção das aeronaves no mesmo dia.
O processo na Justiça visa suspender o contrato enquanto o o GAO não se decidir sobre o caso -ele tem 90 dias para isso.A Força Aérea disse que está ciente do processo da Beechcraft, mas continua confiante sobre como se deu a competição, e planeja continuar trabalhando no contrato.
Imbróglio
A fabricante brasileira de aeronaves já havia vencido um contrato inicial de US$ 355 milhões em dezembro de 2011, mas a Beechcraft entrou na Justiça e conseguiu primeiro suspender e depois anular a concorrência. A Força Aérea americana refez o processo, aumentando as exigências -o que beneficiava a brasileira- e o valor do contrato, e a Embraer foi novamente anunciada como vencedora.
Anteriormente conhecida como HB (Hawker Beechcraft), a empresa americana acabou de sair de um processo de concordata em fevereiro. Ela concorreu com a aeronave AT-6, que ainda está em fase de desenvolvimento.
Super Tucano
O Super Tucano, por sua vez, tem mais de 180 mil horas de voo -das quais 28 mil em combate-, está em operação em nove forças aéreas da América Latina, da África e da Ásia e possui 160 unidades entregues em todo o mundo.
O novo contrato, de US$ 427,5 milhões, envolve a compra de 20 aeronaves, peças e serviços de manutenção. Os Super Tucano estão sendo construídos na fábrica da Embraer na Flórida e esta é a primeira venda da empresa brasileira para a Defesa americana.