A Embraer vai acusar a Airbus de ter recebido subsídios ilegais que distorceram nos últimos anos o mercado da aviação civil. Em uma reunião na Organização Mundial do Comércio (OMC), a empresa européia será questionada por causa dos programas de apoio à sua produção nos últimos 40 anos. O caso foi iniciado pela americana Boeing, mas o Brasil decidiu se unir à disputa como terceira parte.
O centro do debate será o benefício que a Airbus recebeu ao longo de anos para o lançamento de seus novos modelos de aviões. Para o governo americano, que quer a condenação das práticas pela OMC, a Airbus teria se beneficiado direta e indiretamente em até US$ 100 bilhões nas últimas décadas dos amplos subsídios dados pelos governos europeus. Já a Airbus acusa a Boeing de ter recebido em dinheiro do governo americano cerca de US$ 23 bilhões.
A disputa deve se arrastar ainda por meses. Mas, no caso da Embraer, técnicos estimam que os subsídios dados pelos europeus poderiam afetar a empresa, porque ela começou a produzir aeronaves praticamente do mesmo porte de alguns modelos da Airbus.
Pelos cálculos dos técnicos brasileiros, os subsídios da Airbus teriam dois efeitos: impossibilitar que a Embraer oferecesse seus aviões a companhias aéreas pelo mesmo preço e condições da Airbus e criar distorções no mercado que nem sequer permitiriam que a Embraer lançasse um produto que concorresse com a Airbus.
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