Depois de dois anos em fase de testes, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) está quase pronta para entrar em operação. O órgão encerrou em maio o período de coleta de propostas para credenciamento de centros de tecnologia e pesquisa. Agora só resta o período de triagem para que, em agosto, as dez unidades selecionadas passem a operar no principal projeto de incentivo à inovação industrial do governo da presidente Dilma Rousseff.
O edital vai privilegiar os institutos que já contam com parcerias com a iniciativa privada e que se enquadrem dentro das áreas de atuação de interesse da Embrapii. A ideia é criar uma rede de laboratórios com facilidade de intercâmbio entre pesquisadores e indústrias e com alta capacidade de absorção de investimentos parecido com o que a Embrapa faz atualmente, com centros temáticos de pesquisas que são referências mundiais em inovação no campo.
A seleção dos institutos vai se basear nas áreas de interesse do órgão. "Queremos fomentar algumas áreas em especial. Para isso, vamos selecionar instituições que tenham capacidade legal de ajudar a iniciativa privada e de atrair investimentos", afirma o diretor presidente da Embrapii, João Fernando Gomes de Oliveira.
Um pré-requisito importante do edital será a exigência para que os institutos de ciência e tecnologia (ICTs), que vão disputar o dinheiro da Embrapii, tenham um histórico de captação de recursos com empresas de no mínimo R$ 4 milhões, em média, nos últimos três anos.
As instituições que vão ser selecionadas neste primeiro edital só serão conhecidas em agosto e o presidente do órgão não confirmou se existem instituições paranaenses na concorrência. Ao longo do processo, o Tecpar manifestou interesse em credenciar um laboratório.
Recursos
As unidades escolhidas terão a disposição um fundo inicial do governo federal de R$ 260 milhões. No primeiro momento, a expectativa é que, com as somas dos aportes das próprias instituições e das empresas parceiras, o montantechegue a R$ 800 milhões.
Ao longo dos últimos dois anos, a Embrapii manteve projetos-pilotos com três instituições, cada qual com uma área de atuação específica: o Senai/Cimatec da Bahia dedicado à automação de manufatura, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas lidando com bionanomanufatura e o Instituto Nacional de Tecnologia com projetos ligados à saúde.
O teste rendeu bons frutos. "Antes da parceria com a Embrapii, o Senai baiano tinha contratos de pesquisa e desenvolvimento de R$ 4,5 milhões. Hoje, dois anos mais tarde, já são R$ 110 milhões", diz Oliveira.