João Oliveira, presidente da Embrapii: “Queremos fomentar algumas áreas em especial”| Foto: Divulgação

Vantagens

Veja como a Embrapii pretende fomentar a inovação na indústria brasileira:

• Relações abertas

A ideia é que os laboratórios, mesmo ligados a instituições públicas, tenham liberdade para desenvolver projetos para empresas privadas. O programa visa, acima de tudo, dar competitividade à indústria.

• Projetos temáticos

O objetivo é que as unidades também possam rever suas rotas sem que os projetos sejam cancelados e todo o processo burocrático seja refeito. Uma vez aprovada, ao longo de seis anos, a unidade tem autonomia para estabelecer relações com empresas e reavaliar pesquisas.

• Financiamento

Além da garantia de um financiamento a fundo perdido oferecido pelo governo federal, as instituições terão de comprovar periodicamente a capacidade de atrair investimentos privados. Como a proposta é de direcionar as pesquisas para a iniciativa privada, a avaliação do governo federal é de que a captação seja cada vez maior.

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Depois de dois anos em fase de testes, a Empresa Brasileira de Pesquisa e Inovação Industrial (Embrapii) está quase pronta para entrar em operação. O órgão encerrou em maio o período de coleta de propostas para credenciamento de centros de tecnologia e pesquisa. Agora só resta o período de triagem para que, em agosto, as dez unidades selecionadas passem a operar no principal projeto de incentivo à inovação industrial do governo da presidente Dilma Rousseff.

O edital vai privilegiar os institutos que já contam com parcerias com a iniciativa privada e que se enquadrem dentro das áreas de atuação de interesse da Embrapii. A ideia é criar uma rede de laboratórios com facilidade de intercâmbio entre pesquisadores e indústrias e com alta capacidade de absorção de investimentos – parecido com o que a Embrapa faz atualmente, com centros temáticos de pesquisas que são referências mundiais em inovação no campo.

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A seleção dos institutos vai se basear nas áreas de interesse do órgão. "Queremos fomentar algumas áreas em especial. Para isso, vamos selecionar instituições que tenham capacidade legal de ajudar a iniciativa privada e de atrair investimentos", afirma o diretor presidente da Embrapii, João Fernando Gomes de Oliveira.

Um pré-requisito importante do edital será a exigência para que os institutos de ciência e tecnologia (ICTs), que vão disputar o dinheiro da Embrapii, tenham um histórico de captação de recursos com empresas de no mínimo R$ 4 milhões, em média, nos últimos três anos.

As instituições que vão ser selecionadas neste primeiro edital só serão conhecidas em agosto – e o presidente do órgão não confirmou se existem instituições paranaenses na concorrência. Ao longo do processo, o Tecpar manifestou interesse em credenciar um laboratório.

Recursos

As unidades escolhidas terão a disposição um fundo inicial do governo federal de R$ 260 milhões. No primeiro momento, a expectativa é que, com as somas dos aportes das próprias instituições e das empresas parceiras, o montantechegue a R$ 800 milhões.

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Ao longo dos últimos dois anos, a Embrapii manteve projetos-pilotos com três instituições, cada qual com uma área de atuação específica: o Senai/Cimatec da Bahia dedicado à automação de manufatura, o Instituto de Pesquisas Tecnológicas lidando com bionanomanufatura e o Instituto Nacional de Tecnologia com projetos ligados à saúde.

O teste rendeu bons frutos. "Antes da parceria com a Embrapii, o Senai baiano tinha contratos de pesquisa e desenvolvimento de R$ 4,5 milhões. Hoje, dois anos mais tarde, já são R$ 110 milhões", diz Oliveira.