Os países emergentes estão produzindo bilionários a um ritmo mais rápido que os desenvolvidos, aponta relatório do banco suíço UBS. Segundo a instituição, a população de bilionários nesses países cresceu 14 vezes entre 2000 e 2017, enquanto em nações desenvolvidas o aumento foi de apenas três vezes.
O crescimento de empresas chinesas, por exemplo, ajuda a Ásia a criar um novo bilionário a cada dois dias. Assim, outro estudo do UBS, com a consultoria PwC, estima que o continente vai superar os Estados Unidos no volume de riqueza total de bilionários em quatro anos.
“Quer os investidores decidam aplicar diretamente ou não em mercados emergentes, eles estão cada vez mais expostos à sua esfera de influência econômica, financeira, política e até cultural”, afirma no relatório Jorge Mariscal, diretor de investimento de mercados emergentes do UBS.
Mariscal observa que, desde 2003, o volume de negociação de ações em mercados emergentes se expandiu dez vezes, contra menos de três em mercados desenvolvidos. Enquanto a negociação de títulos nos emergentes praticamente dobrou, diz, nos Estados Unidos esse segmento ficou estável.
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“Considere que nos últimos 15 anos economias emergentes tiraram mais de um bilhão de pessoas da pobreza, mais do que a população total dos EUA e da Europa Ocidental combinados. Esses países são agora responsáveis pela maior parte do PIB mundial, bem como das vendas globais de automóveis e assinaturas de telefones celulares”, escreveu Mariscal.
O relatório aponta que problemas generalizados de inflação que caracterizaram economias emergentes “são coisa do passado” e que vários desses países “aumentaram seus amortecedores para momentos turbulentos sob a forma de reservas cambiais”.
Nem tudo, porém, são boas notícias. O relatório diz que o progresso na modernização das instituições desses países tem sido lento e que esforços para fortalecer o estado de direito, controlar a corrupção e capacitar os marginalizados, por exemplo, foram insuficientes e, em alguns casos, até retrocederam nos últimos 15 anos.
Uma área em que o desempenho dos emergentes deixa muito a desejar, para o UBS, é na qualidade de instituições. “Os índices agregados de valores para voz e responsabilidade, estabilidade política, qualidade regulatória, controle da corrupção e regulamentação da lei tendiam a andar de lado ou para baixo no período”, diz.
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Mariscal destaca que o ano não tem sido fácil para os emergentes, que enfrentam “ventos contrários” com crescentes tensões comerciais entre os Estados Unidos e seus principais parceiros e aumento dos juros americanos. Além disso, diz, há incertezas globais e locais conforme “movimentos anti-establishment e antiglobalização colorem corridas eleitorais pelo mundo”.
“Alguns países também enfrentam condições macroeconômicas de vulnerabilidade que os tornam suscetíveis à força do dólar americano e a um aperto de política monetária bancos centrais de países desenvolvidos”, completa o relatório, acrescentando ainda que seus níveis de dívida interna têm crescido desde a crise financeira global de 2008.
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