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As economias emergentes tiveram destaque no primeiro dia de encontro do Fórum Econômico Mundial de Davos (Suíça). Em sua inauguração, o fórum ressaltou que o crescimento global foi possível pelos impulsos das economias emergentes asiáticas e latino-americanas, da Alemanha e pela recuperação dos Estados Unidos.

Mas o fórum também deu destaque à crise de endividamento da zona do euro e aos problemas dos países periféricos da Europa.

Os economistas reunidos em Davos ressaltaram que as expectativas de crescimento para este ano são positivas, apesar de ainda existir um elevado nível de incerteza.

O professor de Economia da Universidade de Nova York Nouriel Roubini - famoso por ter antecipado a crise financeira mundial - previu um crescimento fraco nos próximos três anos nos Estados Unidos, Europa e Japão e manifestou dúvidas em relação à Alemanha, apesar de o país ter crescido 3,6% no ano passado.

Segundo Roubini, o mercado imobiliário teve uma nova queda nos EUA e não há perspectivas de redução do elevado déficit fiscal americano a longo prazo.

Além disso, o analista alertou no Fórum de Davos, assim como no ano passado, para o perigo de que a Espanha necessite de um resgate, devido às graves consequências que isso teria para a coesão da zona do euro, já que se trata de sua quarta economia.

Em um dos primeiros encontros do fórum de Davos, no qual se analisou a situação da economia global, Roubini afirmou que "a Espanha é muito grande para cair".

O analista econômico americano, um dos destaques no fórum de Davos, previu a recessão econômica pelo colapso das hipotecas lixo (subprime), algo que foi considerado exagerado na ocasião, mas que um ano depois foi confirmado com a eclosão da crise financeira.

Em 1971, o fundador do Fórum Econômico Mundial, Klaus Schwab, convidou cerca de 440 empresários de todo o mundo a Davos para debater a situação da economia global. Após 40 anos, são 2,5 mil os convidados, entre executivos de grandes empresas e líderes políticos, econômicos e financeiros.

Delegações

A crescente importância de economias emergentes como China e Índia se reflete no aumento de suas delegações em Davos, cuja presença este ano é mais forte do que nunca.

Os EUA têm o maior grupo de participantes, apesar de a presença da Índia ter aumentado para 140 pessoas e a da China já representar 5,3% do total.

O modelo econômico da China, que vivenciou um extraordinário crescimento, é insustentável, segundo o ex-vice-presidente do Banco Central chinês, Zhu Min, atualmente assessor do Fundo Monetário Internacional (FMI).

Estão presentes em Davos alguns executivos-chefes e presidentes de grandes bancos internacionais que estiveram ausentes por dois anos por causa da crise financeira.

Participam do fórum os presidentes do banco americano JP Morgan, Jamie Dimon; do suíço UBS, Oswald Grübel; e do Citigroup, Vikram Pandit.

Elite empresarial

A elite empresarial do Fórum Econômico Mundial de Davos constatou o avanço da América Latina na nova ordem mundial, em meio à migração do poder das potências tradicionais do Ocidente para as economias emergentes do sul e do leste.

"Esta é a década da América Latina, com o Brasil organizando a Copa do Mundo (de 2014) e os Jogos Olímpicos (2016). E na Ásia, não se trata apenas de Índia e China, mas também de lugares como Paquistão, Bangladesh, Tailândia", disse o diretor-executivo da WPP, o segundo maior grupo de publicidade do mundo, Martin Sorrell, em um dos painéis de debate de Davos.

No mesmo sentido, o presidente do Citibank, William Rhodes, afirmou estar "otimista" sobre a situação econômica da América Latina, região a qual qualificou "sem dúvidas" como o mercado emergente da década, juntamente à Ásia.

"O que estamos vendo é uma desaceleração no mundo ocidental e o crescimento dos mercados emergentes. É uma mudança completa na balança do poder", assegurou, por sua vez, o presidente da companhia indiana de informática Wipro, Azim Premji.

Em meio aos diversos sinais sobre o avanço latino-americano, um estudo divulgado em Davos dos grupos de logística Agility e Transport Intelligence afirma que três países da região - Brasil, México e Chile - estão entre os dez mercados emergentes mais atrativos do mundo para investimentos no setor.

O Brasil ocupa o terceiro lugar nesta lista, atrás de China e Índia, enquanto o México está em sétimo lugar e o Chile em nono, segundo o relatório "Olhando além dos BRIC: novas estrelas do amanhã".

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