A gravadora EMI estuda lançar uma grande parte de seu catálogo para venda na internet liberada das tecnologias de proteção contra pirataria usadas em quase todas as músicas vendidas hoje pela web.
Nesta semana, o presidente da Apple, Steve Jobs, lançou polêmica ao pedir às maiores gravadoras do mundo que comecem a vender músicas na internet sem o programa antipirataria. Segundo Jobs, o fim do chamado programa de gestão de direitos digitais (digital rights management, ou DRM) seria bom para consumidores e para os fornecedores de música.
O grande dilema do setor é que não se sabe se as vendas de música online cresceriam por causa da facilidade de cópias, como defende Jobs, ou cairiam com a facilitação da pirataria.
Segundo uma fonte ligada ao assunto, a EMI estava discutindo o lançamento de grande parte de seu catálogo em um formato MP3, sem proteção, a vários varejistas.
Nessa quinta-feira, a gravadora Warner Music Group Corp. informou ontem que seu lucro despencou 74% no primeiro trimestre fiscal, por causa da queda nas vendas de CDs.
A Warner rejeitou o apelo de Steve Jobs para que a indústria fonográfica abandone o DRM na venda música online.
Defendemos o uso do DRM na proteção da propriedade intelectual nossa e de nossos artistas disse Bronfman.
O lucro líquido da companhia, que tem em seu catálogo artistas como a cantora Madonna e a banda Metallica, ficou em US$ 18 milhões, contra US$ 69 milhões no mesmo período do ano fiscal anterior. As vendas recuaram 11%, passando a US$ 928 milhões.
Apesar de as vendas mundiais de música digital terem quase dobrado no ano passado, chegando a US$ 2 bilhões - ou 10% do total vendido pela indústria -, o crescimento foi insuficiente para reverter a queda na venda de CDs.
Segundo a consultoria Big Champagne, um bilhão de músicas digitais são trocadas ilegalmente a cada mês . Enquanto isso, a iTunes Music Store, da Apple, que detém mais de 70% do mercado de download legal de música nos Estados Unidos, vendeu pouco mais de dois bilhões de faixas desde o seu lançamento, em 2003.