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Empolgação com linha branca eleva calote

Redução do IPI no fim do ano passado aumentou procura por eletrodomésticos | Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo
Redução do IPI no fim do ano passado aumentou procura por eletrodomésticos (Foto: Ivonaldo Alexandre/ Gazeta do Povo)

Entusiasmados com a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) sobre eletrodomésticos – que foi bem recebida pelos lojistas –, em dezembro do ano passado, consumidores se apressaram em comprar novos bens para equipar suas casas. O movimento, porém, acabou tendo uma consequência colateral negativa para o comércio. No primeiro mês deste ano, houve um aumento da inadimplência de valores intermediários devidos ao comércio, justamente onde estão acomodadas as prestações da maior parte dos utensílios domésticos, segundo avaliação feita pelo presidente da Con­federação Nacional de Diri­gentes Lojistas (CNDL), Roque Pellizzaro Júnior.

De acordo com dados do SPC Brasil, as dívidas em atraso entre R$ 50,01 e R$ 100 passaram de 23,38% do total da inadimplência em janeiro de 2011 para 35,28% no mês passado. Mo­­vimento semelhante apresentou a faixa entre R$ 100,01 e R$ 250, que saltou de 25,21% em janeiro de 2011 para 33,32% no mês passado. Juntas, essas duas fatias representam 68,6% do total do calote no setor. "Le­­vando-se em conta que um eletrodoméstico pode custar R$ 1 mil, as parcelas divididas em até dez vezes encaixam exatamente nesses valores, o que nos leva a crer que o aumento se deveu às vendas desses equipamentos", considerou o presidente da CNDL.

O saldo da redução do IPI ainda é positivo para o comércio, segundo Pellizzaro Júnior, mas trouxe também efeitos negativos. De acordo com ele, a desoneração serviu mais para evitar que as vendas do segmento caíssem no fim do ano passado e começo de 2012 do que propriamente para estimular o consumo. "Não foi tão bom assim, mas, com certeza, pior para o comércio é não vender", comparou. Na média, a inadimplência do consumidor registrou alta de 2,91% em janeiro na comparação com mesmo mês de 2011 e pela primeira vez em três anos começa o ano em alta.

"Podemos observar uma mudança de comportamento dos consumidores em janeiro de 2012. No início do ano anterior, o total de registros no Serviço de Proteção ao Crédito (SPC Brasil) ficava concentrado em valores mais baixos. Hoje, os valores estão mais altos em função das desonerações de IPI para eletrodomésticos", argumentou. Ele salientou que os montantes maiores são mais difíceis de serem negociados e que isso traz um impacto no número menor de pessoas que limpam o seu nome.

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