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Internacionalização

A hora certa para sair do Brasil

Aroldo Schultz vai abrir em Portugal uma filial da sua operadora de turismo: sonho realizado | Jonathan Campos/Gazeta do Povo
Aroldo Schultz vai abrir em Portugal uma filial da sua operadora de turismo: sonho realizado (Foto: Jonathan Campos/Gazeta do Povo)

Depois de cinco anos de pesquisa, a operadora de turismo Schultz se prepara para abrir as portas no continente europeu com uma filial em Lisboa no final deste ano. Com 28 anos no mercado e cerca de 200 funcionários, a empresa decidiu se internacionalizar apenas quando acreditou ter uma boa gestão empresarial no Brasil.

O interesse dos turistas brasileiros por Portugal e a questão do idioma foram fatores importantes para a escolha por Lisboa. Mas a empresa não quer parar aí: "Portugal é apenas uma porta de entrada para o continente europeu", explica Aroldo Schultz, dono da operadora. Segundo ele, sendo a Europa um dos destinos mais procurados por seus clientes, a abertura da filial vai ajudar a aproximá-lo de fornecedores e estabelecer novos contatos.

Schultz adianta também que a expansão está apenas no começo e que a empresa pretende iniciar operações na América do Sul. "A internacionalização é um avanço imenso. Essa empresa nasceu no meu quarto. É algo fantástico ir para o Velho Continente, uma realização", diz.

A internacionalização de uma empresa pode acontecer de várias maneiras. "Geralmente, é um processo, não acontece de uma vez só. Começa com a experiência com exportação, passa para um representante e eventualmente a empresa pode abrir filiais em outro país", explica Juarez Leal, coordenador de Estratégia de Internacionalização da Agência Brasileira de Promoção de Exportações e Investimentos (Apex-Brasil).

De acordo com Leal, entrar no mercado externo ajuda a aumentar a presença junto a clientes e fornecedores, e gera maiores oportunidades de crescimento. A internacionalização não é, porém, um processo simples – é necessário pesquisar, se adaptar, ter cuidados legais e financeiros, e investir muito tempo e dinheiro.

Para começar, é necessário pesquisar detalhadamente as práticas comerciais do país onde a empresa quer atuar, pensando em questões legais, financeiras, tributárias e de recursos humanos. "Uma das maiores dificuldades é a parte de gestão, são muitos detalhes. Alguns empresários começam sem ter prática para lidar com tudo isso", explica Leal.

Por isso, uma das recomendações é procurar agências, núcleos ou consultores que já tenham experiência em comércio exterior para orientar as melhores condutas para passar por esse processo. Outras fontes importantes são consulados e câmaras de comércio.

Questão de estratégia

Coordenadora do Centro de Internacionalização da FAE, Andrea Levek diz que os empresários devem fazer uma boa pesquisa antes de levar sua empresa para o exterior. Confira as dicas da especialista:

Cultura e religião

Diferenças culturais e religiosas podem ser barreiras importantes para o negócio no mercado externo.

Logística

É preciso identificar condições e valores para transporte de mercadorias e matérias-primas, que impactam diretamente no custo da operação.

Câmbio

Além da cotação da moeda, é necessário pensar em como serão realizadas as transações financeiras entre os países.

Política

O risco-país é um indicador importante na hora de avaliar o mercado externo. Crises políticas ou guerras podem prejudicar acordos e negócios, e aumentam muito o risco do investimento.

Setores tributário e legal

Pesquisar as regras de comércio exterior e os impostos cobrados em outro país são essenciais para definir a estratégia da empresa lá fora.

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