Criado há quatro anos como um almanaque virtual de restaurantes vegetarianos, o aplicativo BeVeg mudou, e agora oferece delivery de comidas vegetarianas e veganas. O funcionamento é similar ao do iFood: os pedidos são feitos pelo própria plataforma, e podem ser pagos por ali ou em pessoa, para o entregador. O serviço, por enquanto, está disponível apenas para a região de Curitiba.
O BeVeg também quer ser uma feira de orgânicos online. Clique aqui e saiba mais sobre essa iniciativa
Além dos restaurantes especializados na culinária vegetariana (que não faz o uso de carne) e vegana (não utiliza nenhum produto de origem animal, como leite e ovos) que estão na plataforma.
Locais "amigáveis" à causa também estão inscritos. Neste caso, os estabelecimentos cadastram no app apenas os pratos que não utilizam ingredientes derivados de animais.
Lançada há dois meses, a nova versão do aplicativo tem cerca de 60 estabelecimentos cadastrados, como os vegetarianos VegVeg e GreenGo, e a padaria artesanal Maçã, que trabalha com alimentos orgânicos.
O número de usuários chega a 2 mil. O BeVeg chegou a ter mais de 6 mil downloads na grande Curitiba na versão anterior, que era um mapa que indicava o vegetariano mais próximo do seu endereço.
O BeVeg nasceu como uma demanda pessoal dos seus criadores, Tom Barros e Vivian Schmitz. "Nós tínhamos de encontrar lugares para comer e, na época, tinha algumas listas em sites na internet. Mas elas padeciam muito da falta de informação", explica Tom.
Depois que o App foi lançado (em uma feira nacional de vegetarianismo que aconteceu em Curitiba, em 2013), a dupla viu que a demanda ia para muito além dos tantos nichos que eles já conheciam.
Pelo menos 8% dos brasileiros mantêm dietas vegetarianas ou veganas, segundo dados de 2012, do IBGE. São 15 milhões de pessoas. Em Curitiba (conhecida como "capital vegana"), o número chega a 227 mil.
É um número considerável de pessoas, que muitas vezes têm dificuldade de encontrar opções de alimentação. Mesmo quando os locais especializados existem, nem sempre chegam ao conhecimento de todo mundo.
A ideia de oferecer o delivery faz parte de uma estratégia do BeVeg para crescer e consolidar seu modelo de negócios. Antes, o app ganhava dinheiro com publicidade dentro da própria plataforma. Agora, ganha uma comissão em cima das transações feitas dentro do aplicativo.
É um modelo de cobrança similar ao dos concorrentes. O iFood, por exemplo, cobra 12% por transação, mais uma taxa mensal por administração, que varia de R$ 100 a R$ 130 conforme o plano (embora, desde julho, os estabelecimentos que faturam menos de R$ 1,8 mil estão isentos desta cobrança).
O BeVeg cobra uma taxa fixa de 15%, que já inclui taxas bancárias e com administração do sistema. Além disso, o aplicativo gerencia todo o processo de entrega. O que, acreditam, deve facilitar a entrada de novos parceiros na plataforma.
Outras opções
Além do BeVeg, peelo menos outros dois aplicativos oferecem delivery voltado aos públicos vegetariano, vegano e simpatizantes. O Velivery nasceu em Porto Alegre, e já está disponível em Fortaleza e no Rio de Janeiro. O Meatless opera na Grande São Paulo.
Tom Barros acredita que há espaço para todo mundo. O sentimento de "colaboração" que permeia o mercado vegetariano faz com que ele olhe para estes concorrentes com bons olhos.
Além disso, há um componente de ativismo que pesa a favor destes apps, caso os grandes do setor entrem na briga pelo nicho sem carne. "Muitos vegetarianos vão preferir [comprar com a gente], do que num aplicativo que vende carne".
Por enquanto, o BeVeg opera apenas em Curitiba, por ser um "mercado teste". A ideia é ampliar para outas cidades, em breve. A versão antiga do App (com 600 lugares cadastrados, de mais de 25 cidades) foi retirada das lojas, mas ainda pode ser instalada nos celulares mediante contato direto com o aplicativo.
O BeVeg também quer ser uma feira de orgânicos online. Clique aqui e saiba mais sobre essa iniciativa