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Baixo custo e rapidez transformam contêineres na casa dos pequenos negócios

UpSide Gastrobar, bar fundado há um ano em Curitiba, escolheu o aço para receber os clientes. O projeto é da arquiteta Priscila Ferstemberg. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
UpSide Gastrobar, bar fundado há um ano em Curitiba, escolheu o aço para receber os clientes. O projeto é da arquiteta Priscila Ferstemberg. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Depois de passar anos em alto mar carregando as mais diversas mercadorias, o contêiner ganhou nova utilidade.

As estruturas de aço são reformadas e recebem os acabamentos necessários para abrigar negócios que vão desde lojas de roupas até escritórios em busca de baixo custo, mobilidade, apelo visual e sustentabilidade.

VERSATILIDADE: Conheça negócios que usam contêineres

A prática de transformar um contêiner na sede de empresas começou há menos de dez anos no Brasil. A pioneira no país foi uma indústria têxtil de Nova Petrópolis, no Rio Grande do Sul, que queria ter as próprias lojas para comercializar suas roupas.

Após perceber que alugar um ponto em shopping sairia muito caro, André Krai, proprietário da indústria, decidiu apostar no contêiner por ser uma opção de baixo custo e fácil instalação.

Já no primeiro ano, em 2008, o modelo se provou sustentável e a Container Ecology Store virou uma loja de roupas multimarcas com diversas unidades franqueadas.

As lojas obedecem ao padrão da marca e o franqueado recebe a estrutura pronta para ser fixada no terreno. São 89 unidades em todo o país, com investimento entre R$ 100 mil e R$ 300 mil, incluindo a loja física, estoque e mobiliário.

Diversificação

De lá para cá, outros modelos de negócios foram atraídos pelos contêineres, que começaram a ganhar espaço nas arquiteturas das cidades. O UpSide Gastrobar, fundado há um ano em Curitiba, também escolheu o aço para dar vida ao projeto de empreendedorismo de Hedilaine Rezende e Barbara Marques.

Elas queriam algo atraente visualmente para se diferenciarem dos bares locais e, ao mesmo tempo, que não agredisse o meio ambiente.

“Quando as pessoas pensam em contêiner, elas pensam em vagão de trem. Queríamos trazer essa experiência de entrar em um contêiner atrativo”, diz Hedilaine.

O projeto demorou 45 dias para ser executado e hoje emprega sete funcionários que atendem de 30 a 40 pessoas por dia. O projeto é da arquiteta Priscila Ferstemberg.

O consultor do Sebrae-PR João Luis de Moura diz que não há limite para o empreendedor usar a criatividade. Há desde escritórios, padarias, pet shops, salões de beleza, restaurantes e hotéis até casas que são feitas usando esse material que até então era aproveitado somente para transporte marítimo.

Baixo custo e rapidez na entrega são vantagens do modelo

Há muitas vantagens em se optar pelo contêiner para ser a casa do seu negócio. A principal é o baixo custo para instalação, geralmente 30% menor do que em alvenaria. Na Delta Containers, o metro quadrado de um projeto completo custa de R$ 1.400 até R$ 1.800.

A rapidez é outro atrativo. O projeto é entregue entre 30 e 90 dias e a estrutura é fixada no terreno de um a três dias. Por seguir um padrão, o modelo pode ser levado para outros lugares e replicado através do sistema de franquias.

Mas, segundo os empreendedores, o apelo visual e ecológico é o que mais chama a atenção. Por não serem comuns no Brasil, as lojas despertam o interesse dos clientes.

Do ponto de vista ecológico, além de dar utilidade a uma estrutura que seria descartada, Pablo Castilho, gerente técnico e de projetos da Delta Containers, explica que o contêiner mantém até 65% do solo permeável.

O consultor do Sebrae-PR, João Luis de Moura, no entanto, faz um alerta. O contêiner sozinho não faz uma empresa ser sustentável. É preciso aplicar o princípio da sustentabilidade em todo o negócio, como no produto e na destinação correta dos resíduos.

O empreendedor também deve ter em mente que vai precisar contratar uma empresa especializada para reforma e acabamentos. Além disso, a escolha do ponto adequado é fundamental para aproveitar os benefícios do contêiner.

Os empreendimentos são instalados em estacionamentos de shoppings, supermercados ou em terrenos que antes estavam abandonados.

A orientação do Sebrae é evitar lugares muitos afastados e com pouca visibilidade, que limitariam o apelo visual do formato diferenciado. E como os contêineres são amplos e demandam espaço para serem transportados, é recomendável evitar ruas estreitas ou lugares com muitos prédios.

Moura também afirma que o formato diferenciado não é garantia de sucesso. “Teu ponto é uma extensão do seu modelo de negócio. De nada adianta ter um espaço físico diferente, descolado, se eu tenho um produto ruim ou um mau atendimento.”

UpSide GastroBar, em Curitiba, projeto da arquiteta Priscila Ferstemberg | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo

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UpSide GastroBar, em Curitiba, projeto da arquiteta Priscila Ferstemberg

 | Divulgação/Box Container

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 | Brunno Covello/Gazeta do Povo

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 | José Luiz Nunes Neto

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