O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) baixou as taxas para financiamento de capital de giro pelo Programa de Apoio ao Fortalecimento da Capacidade de Geração de Emprego e Renda (BNDES Progeren). O orçamento disponível no Progeren será de R$ 5 bilhões.
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As taxas do BNDES para financiamento de capital de giro para micro e pequenas empresas (com receita operacional bruta até R$ 16 milhões ao ano) caem de 15,23% para 11,67% ao ano. No caso das médias empresas (receita entre R$ 16 milhões e R$ 90 milhões ao ano) caem de 16,13% para 14,71% ao ano. Com o foco na base de pequenas empresas, o banco manteve em 17,23% o custo de seu financiamento para empresas com receita operacional bruta superior a R$ 90 milhões.
“Estamos adotando uma política de atuar para quem mais precisa e onde a seletividade do crédito tem sido mais aguda”, disse o presidente do BNDES, Luciano Coutinho.
Sobre esses custos anunciados pelo BNDES ainda incidirá o spread dos agentes financeiros, que será de livre negociação. A expectativa do BNDES é que os agentes privados recorram ao apoio do seu Fundo Garantidor para Investimentos (FGI), criado em 2009, o que pode ajudar a reduzir os spreads incidentes nas operações.
“Estamos esperançosos que agentes financeiros usem cada vez mais nosso fundo garantidor, que garante até 80% da operação e pode ajudar a reduzir esse spread (repassado às empresas)” disse Coutinho. As medidas do banco buscam mitigar a maior cautela de concessão de crédito pelos agentes bancários, nas palavras do presidente do BNDES.
O FGI pode ser usado para a complementação de garantias em operações de financiamento às micro e pequenas empresas, microempreendedores individuais (MEI) e caminhoneiros autônomos. O custo será entre 0,8% e 4,9% do valor do financiamento, variando de acordo com o prazo e do porcentual garantido contratado.
Coutinho reconheceu que a indústria sofreu mais no ano passado, mas que o banco de fomento trabalhará com realismo pelo processo de recuperação do setor.
“Toda a produção brasileira sofreu. A indústria sofreu relativamente mais, principalmente os segmentos de bens de capital e bens duráveis, que são mais sensíveis a crédito e confiança. Então, o período de alta incerteza econômica causou uma retração mais forte dos setores mais sensíveis, especialmente a crédito, e que dependem de decisões de investimentos, a parte de bens de capital”, avaliou Coutinho.
O executivo espera que o setor seja beneficiado pelas medidas anunciadas, como as que incentivam a produção voltada à exportação e à aquisição de bens de capital.
“Não estamos falando de medidas milagrosas que num passe de mágica recuperarão a economia. Mas são um conjunto de medidas importantes”, ressaltou Coutinho.
Outros fatores que devem ajudar a indústria, segundo o presidente do banco, é a mudança no patamar do câmbio, “que torna a indústria mais competitiva”, além das concessões e da política de investimento em energia.
“Os leilões seguirão e isso demanda equipamentos, demanda produção de equipamentos industriais”, avaliou ele. “Dentro do BNDES trabalharemos com pé no chão, com realismo, o processo de recuperação da indústria”, afirmou.
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