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Com nove mil produtos, empresa da RMC se tornou referência na área de motopeças

Saul Trosman , CEO e fundador da Laquila. | Marcelo Andrade/Gazeta do Povo
Saul Trosman , CEO e fundador da Laquila. (Foto: Marcelo Andrade/Gazeta do Povo)

Contrariando a queda de 27% na venda de motocicletas no acumulado deste ano, a Laquila, uma das maiores importadoras e distribuidoras de motopeças do Brasil, localizada em Campina Grande do Sul, espera encerrar 2016 como aumento de 8% na receita. Para aumentar a velocidade de crescimento, a empresa vai começar o ano de 2017 investindo na filial de São Paulo.

A razão do otimismo é simples. Com a queda nas vendas de motos novas, a manutenção preventiva das motos em circulação aumenta, principalmente no que diz respeito aos itens de segurança. Segundo a Associação Nacional dos Fabricantes e Atacadistas de Motopeças (Anfamoto), o motociclista que mantém a sua moto em dia, tem maior valor agregado na hora da revenda.

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A recuperação da economia deve ser lenta, mas mesmo esse cenário traz oportunidades, avalia Saul Trosman, fundador e CEO da Laquila. “Se as vendas de novas caíram, as pessoas vão procurar manutenção e concerto das velhas. A questão é que o consumidor ainda está deixando a qualidade um pouco de lado para pagar de 10 a 15% menos no valor da peça”, comenta.

Uma das estratégias da Laquila – que tem 95% dos esforços focado na distribuição de peças e 5% na produção de capacetes – para continuar sendo competitiva mesmo em um cenário de crise é fazer com que o valor final do produto fique mais acessível ao cliente. “Buscaremos atualizar os suprimentos, iremos atrás de negociações mais vantajosas, inclusive em questão de volume, pensaremos embalagens diferentes, para que o valor do produto caia, mas sem perder a qualidade”, explica Trosman.

“Se as vendas de novas caíram, as pessoas vão procurar manutenção e concerto das velhas. A questão é que o consumidor ainda está deixando a qualidade um pouco de lado para pagar de 10 a 15% menos no valor da peça”

Saul Trosman fundador e CEO da Laquila

Segundo ele, as grandes apostas da empresa foram em relação à qualidade do produto. Além do processo intenso de verificação da qualidade na produção dos capacetes, uma comitiva da Laquila viaja todo ano à China para visitar indústrias e conhecer a produção – das 15 fábricas visitadas este ano, sete delas são fornecedoras exclusivas da Laquila e oito parceiras há mais de 20 anos.

Essa premissa, aliás, também norteia o relacionamento com o cliente. Com um portfólio de mais de nove mil produtos e cinco mil pontos de venda , a empresa entrega com frete grátis e garante reposição da peça, em caso de problemas de fabricação, independente do prazo de garantia.

Adaptações para superar a crise

Apesar da expectativa de fechar o ano com crescimento da receita, a Laquila teve de se adaptar ao momento instável da economia. Para Saul Trosman, foi mais complicado para quem trabalha com comercio exterior. “Para nós, não importa se o dólar está a R$ 4, R$ 5 ou R$ 6. O problema é ele ficar instável, como aconteceu este ano”, explica.

A Laquila, além de fabricar na China e distribuir as roupas e acessórios da marca Texx, tem parceiros em países como França, Itália, Estados Unidos, entre outros, onde trabalha com marcas exclusivas como Honda, Yamaha, Kawasaki e Harley Davidson, por exemplo.

A consequência mais visível desse momento de crise foi a redução do quadro de colaboradores em 50%, de 240 para 120 funcionários. “Foi a primeira vez na história da Laquila que tivemos que dispensar pessoal por causa do faturamento”, conta Iael Trosman, coordenadora de Inteligência de Mercado e uma das herdeiras da empresa. Ela comenta que, pelo menos, conseguiram realizar a redução de forma estruturada, observando o fluxo de caixa, a partir de 2015, quando começaram a sentir que a economia estava decaindo.

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