Com a popularização dos smartphones e o auxílio de universidades e grandes corporações, o Brasil tem despontado como polo de pequenas empresas desenvolvedoras de games.
É um mercado que ganha espaço ao criar produtos sob demanda e atrair o público casual para o universo até então dominado por jogadores natos e marcas internacionais.
Segundo dados da consultoria Newzoo, o mercado brasileiro de jogos eletrônicos já é o maior da América Latina e o 11.º maior do mundo, com 68,8 milhões de jogadores. A expectativa é que o setor movimente US$ 1,3 bilhão neste ano e, em 2017, fature US$ 1,6 bilhão, de acordo com a consultoria SuperData.
Estima-se que existam cerca de 400 empresas desenvolvedoras de games independentes no país, que produzem mais de 200 títulos por ano. São estúdios formados por equipes enxutas, que muitas vezes contam apenas com designer e desenvolvedor, e que apostam no público casual e na criatividade para ganhar mercado.
“O mercado casual é aquele que os produtores indie (independentes) mais alcançam”, diz o CEO e fundador da Brasil Game Show, Marcelo Tavares. Em geral, os jogos independentes são mais simples, porém conseguem atrair e reter a atenção do público.
Muitos dos jogos são produzidos para o consumidor final e disponibilizados on-line em lojas como da Apple Store e Google Play ou vendidos nas tradicionais plataformas de console. Mas também é cada vez mais comum a produção de jogos sob demanda, com fins educacionais, de treinamento ou de publicidade.
“O mercado de jogos digitais era dominado pelas grandes produtoras que tinham muito dinheiro para desenvolver projetos”, explica Rafael Dubiela, coordenador de Jogos Digitais do Centro Tecnológico Positivo. “A popularização dos smartphones trouxe uma revolução ao setor que viu a proliferação de pequenas empresas desenvolvedoras de games”, completa.
A facilidade de criação, publicação e distribuição dos jogos também impulsionou o setor de estúdios independentes.“É muito fácil publicar e também se tornou fácil desenvolver, pois as plataformas de produção estão mais acessíveis e há muita informação disponível na internet”, diz Edson Kekis, fundador da Kekis Games, produtora independente de Imbituva, no interior do Paraná, que lançará seu primeiro game chamado Armed Country na Brasil Game Show.
Maior desafio é divulgar
Para se consolidar no mercado, o desafio do setor está na divulgação e no alcance dos jogos produzidos, principalmente aqueles feitos diretamente para o consumidor final. Como as principais formas de monetização (cobrança do jogo, disponibilização de versão freemium ou anúncios publicitários) exigem que um número significativo de jogadores acessem o conteúdo, o investimento em publicidade e marketing é fundamental para o sucesso de um game independente.