Lançado oficialmente no último dia 15 de maio, Do Zero ao Milhão é o quarto livro de Carlos Wizard Martins. O curitibano é conhecido nacionalmente pelo império de escolas de idiomas que leva seu nome até hoje, embora não lhe pertença mais, e mais recentemente por uma série de novos negócios, entre eles a compra de 35% da rede Wise Up.
Diferentemente das obras anteriores de Wizard, Do Zero ao Milhão não é uma biografia, tampouco um livro sobre como vencer barreiras emocionais. Embora siga a ordem cronológica da trajetória do empresário — do dia em que ele conheceu a Igreja de Jesus Cristo dos Santos dos Últimos Dias, aos 12 anos de idade, na capital paranaense, e começou a aprender inglês, à aquisição da Mundo Verde, maior rede de produtos naturais da América Latina, na fase pós-venda do Grupo Multi, em 2014 —, o livro traz uma série de métodos e ensinamentos práticos.
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São dicas sobre como transformar um projeto em uma empresa, como formar equipes e identificar e desenvolver os elementos para que uma organização ganhe escala.
Wizard espera que tanto pessoas interessadas em abrir o seu primeiro negócio quanto aquelas com desejo de transformar suas empresas em organizações milionárias se interessem pela obra.
“A ideia original era ‘Do Zero ao Bilhão’, mas a editora achou que essa cifra era algo tão distante da maioria da população que seria melhor parar no milhão. Quem sabe na sequência fazemos o ‘Do Milhão ao Bilhão’”, brincou Wizard, em entrevista por telefone à Gazeta do Povo, na última sexta-feira (2).
Wizard conversou com a reportagem sobre a rotina de palestrante e mentor que ele tem em meio àquela de megaempresário, avô de 16 netos e praticante religioso.
Durante a entrevista, ele se arrumava para gravar uma série de vídeos de capacitação do exército de vendedores e vendedoras porta a porta que deseja formar para a Aloha Oils até o fim de 2017.
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A empresa especializada na venda de cosméticos e óleos essenciais de várias partes do mundo é a mais nova aposta de Wizard, ao lado das filhas Thais e Priscila Martins. “Nossa meta é chegar a um total de 10 mil colaboradores na Aloha até o fim deste ano”, revela. Na rede Wise Up, da qual detém 35% desde maio deste ano, o plano é ainda mais ambicioso: abrir vagas para 15 mil professores em todo o Brasil até 2020.
Os números parecem mesmo ambiciosos, mas Wizard já tem um grupo e tanto de colaboradores sob sua responsabilidade.
“Se eu for fazer uma soma chego a 20 mil empregados em todas as redes e setores [das minhas empresas] (...) É claro que isso, estar presente em tantos setores e lugares do Brasil, só é possível tendo as equipes que formei”, explica ele.
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Além de ações como esta, de gravação de vídeos para a formação de colaboradores de uma de suas empresas, Wizard viaja pelo menos duas vezes por mês para dar palestras pelo Brasil e pelo mundo —sem contar o tempo que tem dedicado, há quatro anos já, ao aprendizado de mandarim.
“Quando eu estava no período universitário, eu formei a minha ‘biblioteca do sucesso”. Aleatoriamente, eu ia selecionando alguns livros, que me ajudaram com conceitos que eu precisava para desenvolver meus projetos de vida. À medida que fui aplicando esses conceitos, vi que eles foram dando certo. Sinto-me na obrigação de compartilhar isso, para que jovens que estão começando agora tenham onde se espelhar”, explica Wizard, que se formou em Ciência da Computação e Estatística pela Brigham Young University (BYU), em Provo, Utah, nos Estados Unidos.
“Eu sou um mentor não só para as minhas equipes, diretamente no caso dos membros de gestão, mas também para as pessoas ligadas ao setor de franchising, porque tenho uma história de sucesso em franquias de diferentes setores”, ressalta Wizard.
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A trajetória recente de Wizard
Quando vendeu o Grupo Multi, em 2013, em um negócio de R$ 2 bilhões fechado com a britânica Pearson, os planos do megaempresário curitibano eram de tirar férias prolongadas dos negócios. Que nada.
Um ano depois, apenas, Wizard comprou, por meio da Sforza, private equity que toca com a família, a Mundo Verde, maior rede de produtos naturais da América Latina.
Em 2015, junto com o ex-jogador de futebol Ronaldo Fenômeno, criou uma rede de escolas de futebol para crianças e jovens jogadores, a Ronaldo Academy. Ainda na área esportiva, adquiriu 100% das marcas Topper e Rainha, da Alpargatas. Um ano depois, anunciou que estava trazendo a rede de comida mexicana Taco Bell para o Brasil.
Em 2017, foi a vez de lançar a Aloha Oils com as filhas e anunciar a compra de 35% da rede de escolas de idiomas Wise Up.
Sem contar outros investimentos que Wizard costuma fazer em outras empresas e startups. Ainda no ano passado, por exemplo, ele aportou R$ 250 mil na Goleiro de Aluguel — plataforma que conecta goleiros a quem precise deles e que nasceu em Curitiba.
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Folga? Só aos domingos
Questionado sobre como consegue tocar todos esses negócios, ele é taxativo: “vamos colocar em perspectiva: o indivíduo, sozinho, tem um limite de realização. O líder precisa saber multiplicar o seu tempo. De forma tal, que, no fim, ele vai delegar, acompanhar, dar a estratégia e acompanhar os resultados. É isso”, afirma Wizard.
Folga? Só aos domingos. “Cheguei onde cheguei porque meus pais permitiram que, num sábado, dois jovens norte-americanos mórmons entrassem na nossa casa no [bairro] Boa Vista [em Curitiba]. Faz parte do meu modelo mental me dedicar às atividades da igreja neste dia, e também à família”, conta Wizard, que é pai de seis filhos e avô de 16 netos. “No domingo, é igreja pela manhã; almoço e [período da] tarde com a família”.
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